O Aborto no Brasil
Por: Eduarda Motta • 4/12/2017 • Projeto de pesquisa • 1.235 Palavras (5 Páginas) • 230 Visualizações
O aborto no Brasil acontece mesmo ele não sendo legalizado isso é um fato, as mulheres recorrem a métodos caseiros que são grande risco para a sua saúde e até sua vida ou o uso de clinicas clandestinas sem as condições medicas e de saneamento correto. De acordo com a pesquisa, mais de 8,7 milhões de brasileiras com idade entre 18 e 49 anos já fizeram ao menos um aborto na vida. Destes, 1,1 milhão de abortos foram provocados. As mulheres fazem os abortos geralmente por não terem as condições financeiras para sustentar uma criança ou psicológicas. Após o aborto, o psicológico das mulheres fica totalmente destruído, a maioria se sente sozinha e sente um grande sentimento de culpa especialmente por não terem nenhum tipo de apoio tanto dos familiares quanto do próprio parceiro na grande parte das vezes.
Uma menina ou mulher que se encontra em situação de gestação indesejada não tem que “fechar as pernas”, deixar “de virar os olhinhos na hora h” ou “seu filho não tem culpa de que você errou…" Ela necessita, sobretudo, de apoio moral e material. Primeiro, por parte dos pais, segundo, por parte das famílias, terceiro, por parte da sociedade, considerada como o círculo de amizades dessa futura mãe e a sociedade como um todo e, por fim, por parte do Estado. PEREIRA, 2014, QUEM TE DISSE QUE O ABORTO NÃO É LEGALIZADO NO BRASIL?
A lei permite o aborto nos casos de risco de vida para a mulher, em casos de estupro e se o feto for anencéfalo, só que a lei e consequentemente a sociedade se esquece daquela mulher que tem apena dezenove anos e que não tem a mínima condição de criar uma criança por ser nova demais e não ter terminado os seus estudos, daquela mulher que tem uma baixa renda e que se tiver o bebe, provavelmente quando crescer ele ira entrar no mundo do crime pelo fato do Brasil não dar as oportunidades iguais para a todos.
Falar de aborto é falar de questões raciais, pois o que ninguém fala é que a mulher negra tem mais chances de morrer praticando um aborto clandestino do que uma mulher branca como vemos no artigo de FOLEGO (2017) “Mulheres negras têm duas vezes e meia mais chances de morrer durante um aborto do que as mulheres brancas. Provenientes das classes sociais mais pobres, elas costumam não ter condições financeiras para pagar por um procedimento seguro.” Os dados da IBGE mostram que 53% das mulheres que morreram em dois mil e dezesseis eram negras, já as mulheres brancas eram 41%, a maioria das mulheres brancas tiveram anestesia no procedimento já as negras não. O aborto é considerado a quarta causa de morte materna no Brasil, atingindo principalmente as mulheres de baixa renda. Quando falamos do aborto, ele não abrange só as questões teológicas e sim as questões de toda uma sociedade, engloba a cor, classe, raça e etc.
Quando uma mulher de baixa renda engravida no Brasil, é muito difícil ela ter acompanhamento durante a gestação, pois os postos estão sempre lotados, de greve ou sem funcionários, depois do nascimento desta criança, que educação ela teria? Não é novidade para ninguém que nossa educação é extremamente precária, que futuro essa criança teria? A lei prevê prisão de um a três anos para quem aborta de propósito, ao invés de punir, o estado deveria ver que o aborto é uma questão se saúde publica, com a sua liberação muitas vidas de mulheres seriam poupadas, elas teriam o direito de escolher o que fazer com o seu próprio corpo e o mais importante com a sua própria vida. Sobre isso cito ROCHA (2015) O Estado brasileiro deve se preocupar com a fiscalização e o investimento no acompanhamento pré-natal das mulheres de baixa renda, bem como melhorar o sistema de saúde pública que, aliás, no nosso país é precário. Se no Brasil os índices de desemprego fossem baixos, as oportunidades de vida fossem iguais para todos, a educação chegasse realmente a todos os brasileiros, com certeza nossas mulheres não seriam levadas ao engano da gravidez indesejada e ao consequente aborto clandestino que, aliás, todos nós sabemos que é muito perigoso.
As questões que se batem de frente são o direito de vida ao feto e a autonomia e liberdade da mulher, mesmo o Brasil privando o aborto, ele ocorre a cada dois minutos em nosso país. Muitas pessoas defendem o direito a vida do feto por crer que ele já é um ser humano desde o momento da fecundação, o que é a mesma coisa que a igreja fala e prega, mas para os cientistas ele se torna um ser humano a partir da terceira semana de gestação.
A igreja Católica mudou alguns posicionamentos ao longo de sua história sobre o momento em que o feto receberia a alma (“animação”). Defendeu por séculos, baseada em teorias de Aristóteles, que a alma chegava ao corpo do feto aproximadamente quarenta dias após a fecundação. LAPA (2010) Aborto e Religião nos Tribunais Brasileiros
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