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O CONFLITO E A NEGOCIAÇÃO

Por:   •  28/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  5.275 Palavras (22 Páginas)  •  437 Visualizações

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Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS

Gestão de Recursos Humanos

Estratégias de Negociação

O CONFLITO E A NEGOCIAÇÃO

Estudo de caso: Prefeitura e Municipários em greve em Porto Alegre

Junho/2014

Para que ocorra o crescimento do sistema familiar, social, político e organizacional é necessário à ocorrência de conflitos e por consequência a sua negociação. O termo conflito vem do latim, com o significado de: embate dos que lutam; guerra; desavenças. O grande diferencial desta situação está na maneira com que se encara o conflito. De forma negativa teremos algo destrutivo, mas se visto de uma forma construtiva, teremos uma situação de aprendizagem e de crescimento. É importante se ter bem claro o conceito de conflito que a partir deste é que se tem uma negociação. A origem da negociação varia a partir de diferentes formas de conflito: de interesses, de necessidade e de opiniões. Ou seja, diferentes grupos vão gerar conflitos e logo a necessidade de negociação.

        Dentro deste aspecto de conflitos e negociação, como citamos anteriormente, as organizações são instituições inevitáveis de conflitos. Cada unidade, departamento ou divisão de uma organização vai desenvolver objetivos, metas, valores e procedimentos apropriados à sua missão. Evidentemente, começa a haver algum atrito entre esses objetivos e procedimentos, que podem muitas vezes ser conflitantes, pois, embora fazendo parte de um todo, cada área da empresa busca, num primeiro momento, atender os seus objetivos básicos, que em certos casos se chocam com objetivos de outras áreas.  Cada pessoa na organização tende a se identificar com a menor unidade de trabalho dentro da organização. Com isso, tende-se a aplicar os padrões da própria unidade do trabalho para as demais unidades da empresa, o que nem sempre é válido. Isso tende a criar conflitos de uma maneira quase inevitável.  Evidentemente, quanto maior a organização, maior a tendência de existirem conflitos.  Lebel (1984) caracteriza o conflito como "... um reconhecimento e um confronto de nossas diferenças; ele constitui uma fonte de enriquecimento mútuo potencial; é uma ocasião de fecundação; é um germe de progresso".

        Para ACUFF (1993, p.21): “a negociação é o processo de comunicação com o propósito de atingir um acordo agradável sobre diferentes ideias e necessidade”. Uma negociação eficiente requer alguns passos básicos como: preparação, o planejamento antecipado de todas as concessões que eventualmente possam ser feitas durante o decorrer da negociação; abordagem inicial, primeiro contato pessoal com a outra parte, deixando bem claro que existe a intenção de negociação; confirmação de expectativas, confirmação das expectativas da outra parte; proposta, apresentação ao outro negociador da proposta; esclarecimento de dúvidas é importante esclarecer qualquer duvida que venha impedir o desfecho da negociação e finalmente fechamento e o controle e acompanhamento, este feito individualmente após a negociação a fim de avaliar o resultado obtido.

        Para explicar melhor esses tópicos, conflitos e negociações, buscamos o caso que vem ocorrendo entre Municipários e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre.  Os municipários paralisaram as atividades em protesto contra a proposta de reajuste feita pelo governo municipal. A Prefeitura apresentou proposta de reposição parcelada da inflação (INPC), com 2,5% em maio e o restante em janeiro de 2015 + R$ 0,97 no vale-alimentação em quanto que os municipários buscam o percentual de 20% de reajuste, vale alimentação de R$ 23,00 e itens que contemplam a luta da categoria por isonomia salarial, valorização e condições de trabalho.

1. APRESENTAÇÃO DOS ACORDOS PRÉVIOS DE NEGOCIAÇÃO

Cerca de 1,5 mil municipários de Porto Alegre, reunidos na assembleia
geral da categoria, na tarde desta quinta-feira (15), definiram pela
realização de greve a partir do dia 2 de junho, com a convocação de nova
assembleia para o dia 29 de maio.
.
Na última reunião com o Comitê de Política Salarial, ocorrida na última
quinta-feira (8), a Prefeitura apresentou proposta de reposição
parcelada da inflação (INPC), com 2,5% em maio e o restante em janeiro
de 2015 + R$ 0,97 no vale-alimentação.
Os municipários reivindicam o percentual de 20% de reajuste, vale
alimentação de R$ 23,00 e itens que contemplam a luta da categoria por
isonomia salarial, valorização e condições de trabalho.
  O Sindicato dos Municipários denuncia atos de assédio moral e
perseguição às trabalhadoras da saúde no PABJ, praticados pelo prefeito
da Capital, José Fortunati, e pelo secretário municipal de Saúde, Carlos
Casartelli. Os municipários rejeitaram a proposta inicial do governo, de
reposição parcelada da inflação (2,5% em maio e restante somente em
janeiro de 2015) e aprovaram a greve geral a partir do dia 2 de junho.
A  proposta apresentada pelo governo, que prevê apenas a reposição da
inflação (6,28%) foi rejeitada pela categoria que decidiu pela
continuidade da greve. Também foi aprovada uma contraproposta para
negociação, com os seguintes itens: reposição da inflação integral com
percentual de avanço na recuperação das perdas salariais; recomposição
salarial dos padrões II e III, a contar de 1º de janeiro de 2014, de
acordo com o salário mínimo nacional; reajuste do vale-alimentação acima
da inflação; participação imediata dos municipários na comissão
paritária do plano de carreira; implementação de um plano de saúde num
prazo de 120 dias; uma política de isonomia salarial; implementação do
máximo de 12 plantões mensais; uma política governamental de combate ao
assédio moral e de implementação da legislação vigente; negociação das
pautas especificas; abono dos dias de greve da saúde no ano de 2011, já
descontado; abono dos dias de greve da campanha salarial de 2014, com a
garantia da efetividade.
A proposta da prefeitura aprovada pela categoria:

1. Reajuste de 6,28%, equivalente à variação do IPCA/IBGE anual
(período de 01/05/2013 à 30/04/2014), a contar de primeiro de maio de
2014;
2. Reajuste do Vale alimentação, passando o valor para R$ 17,00, a
partir de 01/05/2014, equivalente a 13,33%%;
3. Plano de Saúde do Servidor, com a participação do Simpa, para
construção das bases do projeto básico;
4. Participação de Comissão do Simpa, através de Portaria constitutiva,
para acompanhamento do processo de estudos de elaboração do Plano de
Carreira dos Servidores Municipais;
5. O regime de carga horária de plantões deverá ser ajustado através de
grupo de trabalho, com a participação do Simpa;
6. Compromisso assumido de tratamento das pautas específicas com as
secretarias, departamentos e autarquias, a serem avaliadas
conjuntamente, num prazo de início de 30 dias, e com o acompanhamento do
Comitê de Política Salarial;
7. Quanto ao reajuste dos padrões básicos remuneratórios pelo salário
mínimo, fica ajustado o cumprimento desde janeiro de 2014, a partir da
legislação e do acordo com a categoria;
8. O Secretário de Administração tratará com o Simpa da lei do assédio
moral, analisando sua auto-aplicação e/ou encaminhamentos necessários à
sua efetivação.

...

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