O Conflito no Kosovo
Por: thaiself • 23/9/2016 • Resenha • 1.644 Palavras (7 Páginas) • 381 Visualizações
O conflito no Kosovo
Antecedentes Históricos.
O Kosovo é um país localizado na península Balcânica, no sudeste da Europa. A península Balsâmica é englobada por Albânia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Grécia, República da Macedônia, Montenegro e Sérvia. Porém Kosovo ainda não goza do reconhecimento de todos os países, como por exemplo: Rússia, Espanha e Brasil, deixando-o sem participação nas decisões no cenário internacional.
O Kosovo foi, durante várias décadas, uma província autónoma da República da Sérvia no meio da antiga Iugoslávia. Apesar de nunca ter tido o estatuto de república, o Kosovo foi uma província dotada de grande autonomia, junto com a província Vojvodina, também sobre domínio Sérvio. Porém, a mídia ocidental difundiu a imagem de que a Sérvia invadiu o então conhecido país do Kosovo realizando, por conseguinte, um ato de agressão contra a população local. Kosovo sempre pertenceu à Sérvia, sendo o território reconhecido como um lugar sagrado, descrito como “A Jerusalém Sérvia” entre a sua população, além de ter grande força simbólica para a maioria dos iugoslavos.
Depois da Batalha do Kosovo o estado sérvio medieval perdeu o controle de Kosovo para o Império Otomano em 1455, misturando assim a população em cristão-muçulmana. Como forma de garantir a sua ocupação, o Império Otomano obrigou a população, principalmente da Albânia e da Bósnia, a se converter ao islamismo, assim no final do século XIX os albaneses eram os grupos étnicos dominantes.
Para a Sérvia, e também Montenegro, a reintegração de Kosovo fazia parte das suas metas fundamentais, mas para complicar ainda mais o cenário, a região que já havia sofrido com o domínio romano e turco-otomano, ainda foi vítima do domínio Francês, Turco e de forma mais indireta, da Rússia. A autonomia da região só foi recuperada mesmo depois do fim da Primeira Grande Guerra, quando os grandes impérios, Austro-Húngaro, Russo e Otomano terminaram. Devido a essas quedas os Bálcãs finalmente puderam constituir um governo próprio, que foi criado pelo Tratado de Paris em 1919. O Tratado previa a autonomia do Reino da Sérvia, da Croácia e da Eslovênia que depois passariam a se chamar Reino da Iugoslávia. O Reino da Iugoslávia era o berço dos povos de origem sérvia, croata e eslovena.
A Segunda Guerra Mundial mudaria novamente o destino de Kosovo: A invasão vermelha do exército nazista de Hitler na Iugoslávia. Em oposição aos nazistas surge a Liga Comunista da Iugoslávia, liderada por Josep Broz Tito, mas conhecido como Tito. Tito era reconhecido como o pai da nação Iugoslava, grande líder comunista. Em 1945, ele reestrutura as diversas etnias da região como estados dentro da República Socialista – Iugoslávia. Por quarenta anos, sob o governo de Tito, a região consegue se estabilizar, mas após a sua morte em 1980, desencadeia-se o fim da estabilidade dos Bálcãs. Temendo a divisão do país, adota-se um sistema de rotação presidencial na Iugoslávia. Através desse sistema cada república teria um presidente que governaria no período de um ano. Com o fracasso deste sistema, a queda do Muro de Berlim e a dissolução da URSS, aumentam as ondas de instabilidades, provocando uma onda de declarações de independência: a Eslovênia em 1990, seguida pela Croácia e pela Bósnia-Herzegovina.
Devido a essas declarações de independência, Kosovo passa a ser alvo de políticas restritivas e discriminatórias por parte das autoridades Sérvias. Em situação de pobreza e quase de incapacidade de sobrevivência, os albaneses desenvolvem ao longo da década de 1990 uma sociedade paralela, criando hospitais, escolas e uma administração civil própria. Junto a essa resistência passiva, surgi o movimento separatista radical, o Exército de Libertação do Kosovo (KLA), em 1995, que provocou um conjunto de ataques a interesses sérvios na província, o que causou uma resposta muito violenta pelas autoridades sérvias. Foram cometidas atrocidades e violação aos direitos humanos nas ações militares e policiais da Sérvia na província.
Sendo Kosovo habitado por 2 milhões de pessoas, sendo que 90% da sua população era de origem albanesa, as tomadas de medidas rígidas nesse território, proibindo o ensino da língua albanesa e o direito de uma polícia própria aos kosovares, do então presidente da Iugoslávia, Slobodan Milosevic, reagiu ainda com mais violência, promovendo um massacre a população de origem albanesa, numa tentativa de limpeza étnica. Em represália, vários sérvios residentes em Kosovo passaram a ser perseguidos pela população local, intensificando ainda mais os conflitos, e chamando a atenção do sistema internacional. Podemos concluir então que a Guerra do Kosovo não se tratou de uma invasão estrangeira seguida de ocupação militar, mas sim de uma guerra civil travada entre o governo central e uma província separatista, com diferenças étnicas em sua população.
O Conflito em Kosovo.
Em Março de 1998, unidades do exército Iugoslavo se juntaram com a polícia Sérvia, como um tentativa de aniquilar o Exército de Libertação do Kosovo e seus simpatizantes. Centenas de pessoas morreram e mais de 200 mil, em maioria os kosovares albaneses, foram retirados de suas residências a força, onde uma parte fugiu da região e migraram para a Albânia, Montenegro, etc. e a outra parte se juntando ao ELK, que cresceu para milhares de membros, transformando no que antes era um exército pequeno em um grande exército que controlava um terço da área rural de Kosovo em julho de 1998, antes de serem mandados pela contraofensiva iugoslava para as montanhas.
Em outubro de 1998, Slobodan Milosevic, presidente da Iugoslávia, se encontrava sobre muita pressão da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), fazendo-o retirar as suas forças e tentar fazer acordos com o ELK. No entanto, o ELK não acata os acordos e continua a atacar as forças sérvias, fazendo com que Milosevic começasse um contra-ataque a pequenas vilas albanesas no começo de 1999. Os lideres da OTAN interpretaram essa ofensiva como parte de uma limpeza étnica dos cerca de 1,5 milhões de albaneses de Kosovo. Embaixo de muita pressão, o governo de Milosevic e os Kosovares foram obrigados a negociar na França, em fevereiro e março de 1999,
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