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Resenha - Política internacional, Política Externa e Relações Internacionais

Por:   •  16/6/2016  •  Resenha  •  2.480 Palavras (10 Páginas)  •  449 Visualizações

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Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Disciplina: Política Internacional II – Método por Acompanhamento

Professora: Aline Borghi

Aluno: João Paulo de Oliveira Campos / Matrícula: 2010.2.0043.0147-3

Resenha Crítica: CARVALHO, Leonardo Arquimimo. et al (org). Política internacional, política externa e Relações Internacionais. Curitiba: Juruá. 2006.

        A Guerra Fria, para Paulo Vizentini (CARVALHO et al, 2003) foi um período estável e de violência controlada e negociada entre as grandes potências da época, os Estados Unidos da América (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Porém, o fim desse período representou mudanças drásticas no Sistema Internacional, exemplificado pelos atentados ao território norte americano no 11 de setembro de 2001.

        O atual Sistema Internacional tem origem na revolução comercial, e a partir do seu surgimento passou com o passar dos anos por progressivas mudanças, substituindo lideranças e aprimorando o sistema mundial capitalista. A expansão comercial liderada em um primeiro momento por países europeus como Portugal, Espanha, Holanda e França logo dá lugar Inglaterra que do período de 1776 a 1890 consolidou a Pax Britannica. Na superação da crise da década de 1920 e com o fim da Segunda Guerra Mundial os EUA despontam como potência hegemônica, nas palavras do autor: “(...) a Guerra Fria constituiu uma era de hegemonia norte americana, ou Pax Americana” (CARVALHO et al, 2003).

        Essa hegemonia logo entra em crise com o surgimento dos blocos regionais, a partir da década de 1970. A competição dentro do sistema capitalista passa a desafiar a ordem mundial anglo-saxônica, como por exemplo a China se tornando cada vez mais uma grande potência global.

        O autor aponta a crise do neoliberalismo na virada do século XX. A desaceleração econômica de países de uma maneira geral, atingindo até mesmo os EUA, a falência de grandes empresas e escândalos empresariais são exemplos dessa crise apontados por Vizentini (2003). Houve também um aumento nos movimentos contra os organismos financeiros internacionais (FMI, Banco Mundial) e suas estratégias de desenvolvimento ditadas pelo “Norte”. A União Europeia (UE) demonstra as vontades de seus cidadãos na recusa aos custos sociais da globalização neoliberal, adotando medidas sociais mais fortes em favor de suas populações.

        Nos anos 2000 a presidência dos EUA é então assumida por George W. Bush. As principais características com relação a política externa desse presidente são marcadas por atitudades unilaterais no Sistema Internacional e o completo desdém aos organismos multilaterais. Exemplos disso são o abandono do Protocolo de Kyoto, a retirada da Conferência da ONU sobre o racismo e a recusa em se submeter ao Tribunal Penal Internacional (TPI) (CARVALHO et al, 2003).

        A política externa dura produzida por “Um presidente despreparado, cercado de asessores de linha-dura e ligados a obscuros lobbies” passou a concentrar tensões internacionais e impressões negativas aos EUA junto à opinião pública internacional. Nesse contexto, segundo o autor, ocorrem os atentados em território americano no 11 de setembro.

        O autor se pergunta até que ponto verificam-se mudanças. Essa questão é levantada uma vez que o fundamentalismo islâmico e o caráter belicioso da política de Bush já existiam antes do evento e continuaram a existir após. Por outro lado, ele afirma que para muitos esse evento é o início de uma nova era. Interessante notar a visão do autor para a possível incapacidade dos “primitivos “homens das cavernas” afegãs tivessem condições de, sozinhos, idealizar e executar um atentado tão complexo e eficaz” (CARVALHO et al, 2003, p. 27). Além disso, ele parece afirmar que existe por trás do atentado uma trama mais complexa de atores que teriam mais interesse nesse tipo de acontecimento que os próprios perpetuadores do evento.

        As previsões de paz e estabilidade no Sistema Internacional feitas por muitos no final da Guerra Fria se mostraram erradas. Na virada do século e ainda hoje vemos uma violência descentralizada, a prosperidade prometida frustada, desemprego e xenofobia. Isso, no entanto, não significa para o autor o fim da história. Mas apenas  uma mudança de sistema, um momento de transição para outra realidade.

        Para os autores Miyamoto e Carvalho (CARVALHO et al, 2003) os povos e civiizações, com o decorrer da História, evoluíram a traços de “ferro e fogo”. As inúmeras guerras que moldaram as características do Sistema Internacional moderno não desapareceram, entretanto. No século XX vimos dois dos mais sangrentos conflitos já vividos pela humanidade e mesmo hoje observamos sangrentos conflitos ocorrendo ao redor do globo.

        Os autores apontam que as grandes potências procuram sempre impor suas vontates, interesses e a paz a seu modo, O canal diplomático não recebe as devidas atenções muitas vezes até mesmo pelo interesse no conflito. A falta de capacidade das potências para lidar com forças não convencionais é observada, sobretudo recentemente e mesmo existindo mecanismos multilaterais de resolução de conflitos, alguns Estados os relegam a segundo plano, preferindo tomar decisões no Sistema Internacional de forma unilateral.

        As organizações são, para os autores, as entidades mais competentes e adequadas para a manutenção da ordem internacional e da paz. Existem diversos canais multilaterais constituídos principalmente no decorrer da segunda metade do século XX para tratar de questões de forma transparente, porém é a ONU o organismo que se destaca. Constituída logo no fim da Segunda Guerra Mundial, a ONU tem a difícil missão de se colocar como foro regulador entre Estados no Sistema Internacinal. Sabemos que isso não é possível de ser feito de forma plena, até porque a ONU é composta por países e os intesses desses são mostrados dentro da própria organização. Além disso, as potências, por exemplo, sempre vão procurar vales seus interesses frente ás discussões no organismo.

        Desse modo fica a crítica dos autores a falta de priorização que historicamente se tem no Sistema Internacional, onde “Em um contexto onde são valorizadas as políticas de poder, pouco espaço costuma ser reservado para que as organizações internacionais exerçam a contento seu papel no intercâmbio entre as nações” (CARVALHO et al, 2003). Nesse contexto é impossível para que as organizações de fato exerçam plenamente seu papel.

        O texto dos autores Viola e Leis (CARVALHO et al, 2003) traz uma leitura diferente da atuação dos EUA nos Sistema Internacional. Primeiramente os autores condicionam o Sistema Internacional pós 11 de Setembro em quatro dimensões e alinhamento dos Estados: interestatal, civilizatória, democracia versus não democracia, e dentro da democracia liberalismo versus comunitarismo.

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