A LEI E O DIA A DIA NA ESCOLA
Por: Elaine Teixeira Dos Santos • 17/5/2018 • Projeto de pesquisa • 873 Palavras (4 Páginas) • 307 Visualizações
ELAINE TEIXEIRA DOS SANTOS, RU: 1600459
PORTFÓLIO
UTA...
MÓDULO A – FASE I
ALFENAS
2018
TEMA DO DIÁRIO DE CAMPO: A LEI E O DIA A DIA NA ESCOLA
A Constituição Federal também prevê a “criação de programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e convivência, e a facilidade de acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos” (artigo 227, parágrafo 1º, inciso II da CF/88).
Segundo a própria Lei do Direito à educação a criança ou jovem, portadores de deficiências físicas têm direito a atendimento especializado que os ajudem a contornar os obstáculos que os impeçam de conseguir uma educação de qualidade. Estive na Escola Municipal Antônio Joaquim Vieira, situada na cidade de em Alfenas/MG e a primeira coisa a qual me atentei foi a sua estrutura física: muitas rampas, na maioria, espaçosas, e que ficavam em pontos espalhados o que torna possível que cadeirantes possam ter acesso a toda estrutura da escola; as carteiras são pequenas e estreitas, todavia me foi informado que caso necessário eles tinham maneiras de conseguir uma mesa própria para o aluno especial; os banheiros não tinham barras de apoio e segurança; não havia piso tátil (piso guia para cegos) e a maioria das escadas não tinham corrimão. Tais observações me levaram a concluir que a escola possui alguns recursos, mas não é fisicamente capaz de acolher todos os tipos de deficiência. Um cadeirante, por exemplo, teria acesso a todas as áreas, comeria e assistira às aulas confortavelmente, mas ele não poderia ir ao banheiro sozinho e desfrutar de sua independência. Para um cego seria ainda mais complicado, a estrutura da escola torna quase que impossível que ele se locomova e realize certas atividades tidas como “normais” sem o auxílio em tempo integral de um guia.
O ser humano durante toda sua vida é influenciado pelo meio em que vive e, sendo assim, a presença da família no convívio escolar é fundamental para o desenvolvimento do aluno com necessidades especiais, o desenvolvimento será melhor em parceria da família engajada com a escola, conforme afirma o autor seguinte.
[...] se toda pessoa tem direito à educação, é evidente que os pais também possuem o direito de serem, senão educados, ao menos, informados no tocante à melhor educação a ser proporcionada a seus filhos. (PIAGET, 2007, p. 50)
Em relação à estrutura no ensino para jovens portadores de deficiência, observei que só havia um único profissional para atender a todos e que os demais professores pouco entendiam do assunto. Acompanhei de perto o caso de uma aluna com TDAH, doença crônica que inclui dificuldade de atenção, hiperatividade, impulsividade e dislexia; ela tinha aulas de reforço, apresentava os trabalhos para a profissional especializada em alunos especiais e fazia provas orais. Em sala de aula, em momento algum os professores a diferiam dos demais alunos, destacavam ou a tratavam como incapaz, em contrapartida por vezes pareciam se esquecer de suas limitações e cobravam dela mais do que poderia oferecer, a deixando constrangida, deslocada e até mesmo frustrada por não atender as expectativas dos seus professores.
Questionei sobre a biblioteca e a área destinada à informática da instituição, se haviam livros em braile, se os computadores eram adaptados para crianças cegas, surdas ou outras deficiências que necessitem de tal cuidado, as respostas me foram negativas. Na educação física, as atividades são variadas, e todos os alunos, independente de limitações podem encontrar uma atividade de seu agrado. Afirmaram também não terem muitos problemas disciplinares ou casos de bullying, e que estavam atentos para á ocorrência de algo parecido e preparados para tomarem as medidas necessárias.
Em conversas que tive com os professores e funcionários da escola entrou em pauta o fato de não conseguirem aplicar de forma correta a lei e adaptarem a estrutura e o ensino de forma eficiente, e o que foi dito em relação a isso foi que a maior dificuldade era a falta de apoio governamental, o município dá mais atenção à escola do que o estado, e a verba não é o suficiente para bancar tais mudanças.
Minha visão geral da escola foi positiva apesar do que foi relatado acima, eles aceitam todos os tipos de alunos e se esforçam para contornar os obstáculos gerados pela falta de apoio governamental e fazem o seu máximo para conseguir levar a educação a todos. As regras da escola são rígidas e sem brechas para o desrespeito. Infelizmente, em um país onde a educação não é a prioridade, não tem como esperar que uma escola ou profissional faça sozinho o que está acima dele, enquanto esta realidade não mudar, o jeito é contornar e fazer ao máximo o que está no alcance da escola e buscar conquistar e progredir cada vez mais, para que consigam atender estes alunos com o máximo de dignidade possível .
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