A Lei e o Dia a Dia Na Escola
Por: Adriane Secchi • 17/4/2020 • Abstract • 1.032 Palavras (5 Páginas) • 197 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
ADRIANE SECCHI, 1541316
GREISE KELI DOS SANTOS, 1576224.
A LEI E O DIA A DIA NA ESCOLA
DIÁRIO DE CAMPO
MÓDULO A – FASE I
CHAPECÓ
2018
EXPERIÊNCIA ENVOLVENDO A OBSERVAÇÃO DE DISCENTECOM SÍNDROME DE DOWN
A constituição brasileira defende a Educação como um direito de TODOS e diante desse contexto, a política educacional brasileira, representada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB - (BRASIL, 1996) sob a influência da Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), traz em seu Art. 59 que: “crianças e jovens com necessidades educacionais especiais devem ser matriculadas preferencialmente em escolas regulares”. E por meio deste, relatamos nossa experiência com a educação inclusiva ocorrida durante a observação realizada no primeiro semestre de 2018, especificamente no dia 02 de abril no período vespertino (12h30 ás 17h15) na turma do 1° ano da Escola Básica Municipal Agropecuária Bertaso, no Distrito de Marechal Bormann em Chapecó SC.
Maria (nome fictício que utilizaremos para nos referimos a discente) tem 07 anos e possui Síndrome de Down.
A Síndrome de Down é uma doença genética (do cromossomo 21), que provoca uma aparência facial distinta (olhos preguiçosos), deficiência intelectual, dificuldade de pensar e compreender, dificuldade de aprendizagem, atrasos no desenvolvimento e na fala, estatura abaixo do normal, deslocamento da língua ou língua anormalmente grande.
Também é comum: cardiopatia congênita, dedinho curvado, distúrbio de visão, doença da tireoide, imunodeficiência, linha única na palma da mão, músculos flácidos, obesidade, orelhas de implantação baixa, perda de audição ou respiração bucal. As crianças com síndrome de Down costumam aprender mais facilmente por observação. Muitas vezes, são particularmente talentosas com o uso das mãos. Elas costumam gostar de teatro, dança e movimento quando ficam mais velhas. A leitura é, normalmente, um ponto forte, possivelmente porque é aprendida com ajuda visual. Por conta disso, a leitura é algo que pode ajudar essas crianças no desenvolvimento da linguagem.
As crianças especiais como Maria para desenvolverem suas capacidades e terrem menos dificuldades no futuro precisam ser estimuladas desde cedo; Maria infelizmente frequentou somente até os dois anos a APAE e depois a Mãe alegando não ter condições (tempo para acompanhar) a manteve em casa, fato que visivelmente prejudicou e atrasou ainda mais seu desenvolvimento.
Maria tem uma estatura pequena para a idade é como se fosse uma criança do pré, têm os olhos bem característicos da Síndrome (puxados/orientais), ela não demonstra seus sentimentos (não esboça reações faciais), sua professora relatou que:
- Se ela gosta da pessoa ela abraça se não gosta, faz alguns movimentos repetitivos, sendo tapas nas costas da pessoa.
Fala com dificuldade repetindo por 3 ou 4 vezes as mesmas palavras, sua coordenação motora é lenta gerando dificuldade para andar e fazendo com que necessite sempre de ajuda para descer e subir escadas, e na hora da alimentação,(a segunda professora corta os alimentos) se suja bastante e saliva muito, o que acaba causando nojo em alguns colegas e consequentemente o afastamento de muitos.
O art. 59, inc. I da Lei nº 9394/96 diz que os discentes especiais têm direto a “professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns” (BRASIL, 1996, art. 59, inc. III). Assim como “currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades” (BRASIL, 1996, art. 59, inc. I).
A escola municipal agropecuária Bertaso frequentada por Maria é uma escola agrícola (com oferta de ensino integral), possui ótimos projetos e espaço para interação e aprendizagem, mas deixa a desejar em relação à acessibilidade (muitas escadas, nenhuma rampa), os professores não possuem qualificação para trabalharem com educação especial, no entanto a escola possui uma sala de recursos (que no momento não está sendo utilizada) e Maria conta com o apoio da segunda professora como de direito e citado na lei acima.
Podemos observar em sala, que duas colegas são mais favoráveis a ajudar Maria, à incluindo e auxiliando nas atividades, inclusive dando a mão para ela se deslocar junto com toda a classe da sala para o pátio. Os demais discentes apesar de a aceitarem no grupo julgam que ela não soma nas atividades. Os professores tentam fazer a inclusão de Maria, mas o desafio é grande e segundo o que já dizia Tagliati:
A inclusão contempla três aspectos centrais: 1°- a aceitação da pessoa com necessidades especiais no ambiente educacional; 2° - a adequação do ambiente educacional às características de todos os seus participantes; 3°- a adequação, mediante o fornecimento de condições, dos participantes do ambiente às características do mesmo. (TAGLIATI et al., 2009).
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