Antígona - Sófocles / Análise com o Direito
Por: Vinicius Ribeiro • 12/4/2021 • Trabalho acadêmico • 634 Palavras (3 Páginas) • 153 Visualizações
Faculdade Anísio Teixeira, 19/03/2021
Curso: Direito
Disciplina: História do Direito
Docente: Argemiro Andrade
Discentes: Vinícius Ribeiro e Johnny Socupira
ANTÍGONA
Peça de Sófocles
[pic 1]
Feira de Santana – BA
2021
RESUMO DA OBRA
A obra retrata o drama vivido por Antígona, filha de Édipo e Jocasta; após seu pai está velho, cansado e cego (ele próprio cegou-se), sai de Tebas e vai para Colono. Em sua cidade anterior deixa seus dois irmãos, Etéocles e Polinice (ambos herdeiros do trono). Estes lutam pelo poder, mas eventualmente, matam um ao outro. Fica proibido por Creonte - rei de Tebas e sucessor de Édipo – o sepultamento de Polinice, após o mesmo liderar o exército de Argos na invasão de Tebas, ataque para exigir de seu irmão que o mesmo compra o pacto de substituição no trono. Portanto Creonte, proíbe o acesso ao reino dos mortos, algo inexplicável para Antígona.
Para Antígona, enterrar seu irmão se tornou uma obrigação determinada por uma Lei além da lei urbana: a lei dos deuses. A mesma chegou até convidar sua irmã Ismênia, a qual recusou. Quando ela decidiu enterrar Polinice, ela estava além do âmbito da lei da polis. Sabendo ela muito bem, pois conceder honras fúnebres é atribuir outro status ao morto. O decreto do rei era justamente pra evitar qualquer forma de reconhecimento.
Creonte faz um novo decreto: “que ela seja emparedada viva”, isso após Antígona ir numa direção oposta às leis da polis. Vários foram os apelos, mas ela continuava indecomponível. No entanto, quando o vidente Tirésias alertou-lhe sobre possíveis acontecimentos que viriam desgraçar sua família e cidade, ele dá um passo para trás. Infelizmente foi tarde demais, ao chegar no túmulo encontra Antígona morta, juntamente com seu filho Hémon, o qual se matou em cima do corpo de sua noiva.
A rainha Eurídice, ao saber do fato, também se mata. Quando seu marido (o rei) chega no palácio com o cadáver do seu filho, é avisado pelo segundo mensageiro, que sua esposa também estava morta.
ANÁLISE CRÍTICA
Na tragédia de Antígona, o autor (Sófocles) permite que os leitores reflitam profundamente sobre diversos temas da vida humana, tais como: política, religião, direito, diferenças de gênero, características psicológicas e, principalmente, destaques morais. O comportamento moral é irreversível.
É na passagem do sepultamento de seu irmão (Polinice) que se apresenta o discurso de Antígona, onde muitos apontaram como referência literária do direito natural e do jus-humanismo normativo.
Na obra, diversos poetas começaram a questionar o mito, sendo o direito natural igual ao direito divino. O Jusnaturalismo é considerado pelos antigos que detém de origem divina e aceito consequentemente como costumeiro. Já o Direito Positivo é aquele que toma forma jurídica nas leis, denominadas estas, pelo governante.
Em diversos artigos, Creonte representa o argumento do positivismo jurídico referente à identidade entre Direito e mandatos, como por exemplo os termos lei e Direito, os quais são essencialmente equivalentes; consequentemente o surgimento da lei injusta faz com que o Direito formal se constitua.
Podemos comparar a situação com a atualidade, já que a diferença entre direito natural e direito positivo é que o direito natural independe do Estado ou de leis (justamente o que Antígona fez, seguiu a “lei dos deuses” e foi em direção oposta as leis estabelecidas pelo governo). Por isso, é considerado autônomo. O direito positivo, por outro lado, depende de uma manifestação de vontade, seja da sociedade ou de autoridades (no caso da obra foi as leis impostas pelo rei Creonte).
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