Análise Crítica: O homem e as máquinas - Maria Lucia Santaella Braga
Por: Poliana Aragão • 8/5/2019 • Resenha • 1.176 Palavras (5 Páginas) • 1.434 Visualizações
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO
Relatório: O homem e as máquinas
Aluno (a): Poliana Santos Aragão
Curso: Edifícios – Noite
Disciplina: Humanidades
Orientador (a): Jorgina
Ficha Técnica:
Obra: Cultura das mídias, Experimento
Título do texto: O homem e as máquinas.
Autor (a): Lúcia Santaella.
Ano: 1992 (São Paulo).
Maria Lucia Santaella Braga (1944), professora de doutoramento em Teoria Literária pela PUC-SP, e livre–docência em Ciências da Comunicação pela ECA-USP; é uma das principais divulgadoras da semiótica e do pensamento de Charles Peirce no Brasil, contando com mais de quarenta livros publicados. É fundadora do CSGames TIDD, Grupo de Pesquisa em Computação, Semiótica e Games do programa de pós-graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital PUC-SP.
Nascida em Catanduva, município do interior paulista, Santaella graduou-se na licenciatura em Letras Português e Inglês pela PUC-SP, onde obteve também o doutorado em Teoria Literária. Fez pós-doutorado na Índia na Indiana University, em 1993; nos Estados Unidos e, na Alemanha em Gesamthochschule Kassel, no ano de 2004.
Dentre as suas principais obras, destacaremos Cultura das mídias – Experimento, que conta com diversos textos sobre a temática da instauração da cultura das mídias e os seus meios de propagação.
No texto "O homem e as máquinas", a autora esboça o relacionamento entre a humanidade e as máquinas por ela criadas. Tais máquinas são apresentadas no início como uma espécie de ferramenta, que assim como os utensílios, são criadas e designadas para uma determinada função. Neste caso, a construção destas pressupõe a integração e o ajustamento ao modelo físico-humano, distinguindo-se assim dos utensílios e artefatos, que têm por finalidade apenas amplificar as ações do homem.
Em um sentido amplo, máquina trata-se de uma estrutura material ou imaterial, cujas partes estão conectadas e inter-relacionadas, a fim de realizar um trabalho em unidade. Numa acepção mais específica, pode estar relacionada a algum tipo de força capaz de aumentar a rapidez e a energia com que uma atividade é realizada.
Para compreendermos melhor, se faz necessária a análise do desenvolvimento desta ao longo da história, que vai desde o surgimento das primeiras alavancas e catapultas durante a Idade Média, até o surgimento das máquinas a vapor durante a Primeira Revolução Industrial, que data o século XVIII. Tais mudanças caminhariam para a Segunda e Terceira Revolução Industrial (destas, a última na qual estamos inseridos), nas quais vemos o advento de outras máquinas, que mudariam por completo o contexto e razão para quais foram criadas: antes com o propósito de auxiliar a humanidade em suas atividades, potencializando ou substituindo parcialmente o seu trabalho; hoje trazendo a tona o surgimento de uma “nova humanidade”, onde os robôs e máquinas, criadas pelo homem, são os principais protagonistas.
Para mapear esta evolução histórica, a autora se apodera de três níveis de relação entre homem-máquina: o nível muscular-motor, o nível sensório e o nível cerebral.
As máquinas musculares:
Durante os séculos XVIII e XIX o mundo passa por uma série de mudanças, que culminariam nas grandes descobertas cientificas e tecnológicas da Revolução Industrial. Dentre estas descobertas, temos o surgimento da máquina a vapor, marco do período, onde a energia antes cinética, com a queima do carbono, torna-se mecânica; capaz de substituir ou amenizar o trabalho físico exercido pelo homem, livrando-o de um desgaste físico. Trata-se de máquinas servis, tarefeiras, que trabalham para e pelo homem, cuja potência não pode ir além da imitação grosseira e repetitiva dos gestos humanos. É importante enfatizar que isto não implica na condição igualitária entre homem e máquina, pois em um primeiro momento, pois a máquina é capaz de acelerar os movimentos e intensificá-los na realização de uma dada tarefa, porém com uma importante limitação: a precisão mecânica. Afinal, como se pode controlar a sequência de atividades precisas, ou ainda inserir um novo processo de trabalho nesta sequência? Para tal, se faz necessário um processo de flexibilidade na programação do sistema e cadeia que as mesmas desempenham. Por esta razão, os países industrialmente desenvolvidos, integravam o trabalho entre o homem e a máquina, o que mais tarde caminharia para uma mudança que veremos mais adiante.
As máquinas sensórias:
Ainda no contexto da Revolução Industrial, distintas
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