Um Discurso Sobre as Ciências - Boaventura de Sousa Santos
Por: Roberto Magalhães • 29/8/2019 • Resenha • 1.670 Palavras (7 Páginas) • 333 Visualizações
SANTOS, Boaventura de Sousa. (1987), Um Discurso sobre as ciências. 13° edição Abril 2002, Santa Maria da Feira – Portugal, Edições Afrontamento.
Boaventura de Sousa Santos nasceu em Coimbra, a 15 de Novembro de 1940. É Doutorado em Sociologia do Direito pela Universidade de Yale (1973) e Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Distinguished Legal Scholar da Universidade de Wisconsin-Madison. Foi também Global Legal Scholar da Universidade de Warwick e Professor Visitante do Birkbeck College da Universidade de Londres. É Director do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e Coordenador Científico do Observatório Permanente da Justiça Portuguesa. De 2011 a 2016, dirigiu o projecto de investigação ALICE - Espelhos estranhos, lições imprevistas: definindo para a Europa um novo modo de partilhar as experiências o mundo, um projecto financiado pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC), um dos mais prestigiados e competitivos financiamentos internacionais para a investigação científica de excelência em espaço europeu. Temas de pesquisa: Epistemologia, sociologia do direito, teoria pós-colonial, democracia, interculturalidade, globalização, movimentos sociais, direitos humanos.
Em seu livro Um Discurso sobre as ciências, Boaventura vai defende a epistemologia antipositivista. O Positivismo surgiu na França no começo do século XIX e foi criado por August Comte tal ato defende a idéia de que o conhecimento cientifico é a única forma de um estudo verdadeiro. De acordo, com os positivistas somente pode se afirmar, que uma teoria é correta se ela for comprovada através de métodos científicos validos. O pensamento positivista, afasta o raciocínio teológico- eram contra as crenças e metafísica, e defendia um progresso no método cientifico. A critica de Boaventura ao positivismo é que o conhecimento cientifico e a única forma de pensamento verdadeiro- deixando de lado o Senso Comum. O Positivismo acaba estabelecendo a lei dos três Estados: Teológico → Metafísico → Pensamento Cientifico (Positivismo). A imaginação acaba e a busca pelo que se observa e no qual é concreto, critica que essa ciência moderna deixa de lado o Senso Comum, e que toda idéia cientifica é socialmente construída, que seu rigor tem limites inultrapassado e que sua objetividade não implica sua neutralidade; se o objetivo em uma pesquisa especifica não quer dize se neutro. A pesquisa vai defende que nessa ciência depois de te rompido com o Senso Comum deve se transforma em um novo e mais esclarecido Senso Comum; vai trazer um fato interessante nas épocas de 1960,1970 e 1980, as descobertas sobre a ciências foram tantas que os séculos XVIII e XIX acabam se transformando em um período “pré-histórico” no que se diz a respeito a ciência e a tecnologia. No entanto, não é bem assim que as coisas ocorrem as descobertas dos séculos anteriores tiveram por base muitas pesquisas desenvolvidas nos passados e que os paradigmas entre os séculos estão ligados.
Boaventura propõem uma centralização no olhar para o futuro e não para o passado, a proposta é uma observação para o futuro voltasse para as coisas simples a capacidade de formula perguntas simples; perguntas que Einstein costumava a dizer: “Que só uma criança é capaz de fazer mais e traze uma nova luz ao conhecimento.” Jean Jacques Rousseau no seu célebre Discurso sobre ciência e as artes (1750) lembra um pouco em seu método e estilo, a maiêutica de Sócrates. Rousseau faz afirmações incisivas, mas são poucas. No mais das vezes ele duvida e formula perguntas; logo de inicio diz que: O estabelecimento das ciências e das artes contribui para purificar ou corromper os costumes? Eis o que se trata de examinar, que partido devo tomar nessa questão? Aqueles senhores, que convém a um Homem de bem que nada sabe e que como tal não se sabe estima menos. Rousseau vai extraindo em partes a experiência vivida, para que seus leitores cheguem a uma mesma conclusão. É nesse período que Rousseau trazia esses questionamentos. Boaventura fala que anos depois todos nós somos protagonistas e produtos dessa nova ordem e acabamos reencontrando novamente as perguntas que foram formuladas por Rousseau, perguntas simples que giram em torno da ciência e da virtude, ou seja entre o pensamento cientifico e o senso comum. No lugar que estudo é como deve de voltasse ao Porque, o porque do conhecimento cientifico que foi deixado de lado nas perguntas simples, o que surge ao desrespeito às ciência moderna, são perguntas que vão contra a ordem cientifica hegemônica que temos agora é nisso que Boaventura vai explica no que base essa ordem hegemônica no paradigma dominante, que o modelo de racionalidade que preside na ciências moderna, constitui-se a parti da Revolução Cientifica do Século XVI, que foi se desenvolvendo nas décadas seguintes. No domínio da Ciências Naturais e esse modelo hegemônico, que vai defende com todas as suas forças uma fronteira estabelecida entre O Senso Comum e a Pesquisa Cientifica- esse Senso Comum ou Pensamento não Cientifico, vai se dividi em duas partes dentre o Consenso ou Ciências Humanas- tende a esta fora do pensamento das pesquisas cientificas ou contrario da ciências de Aristóteles, a ciência moderna desconfia tematicamente das evidencias da nossa experiências imediatas, tais evidencias estão na base do conhecimento vulgar sendo assim uma ciência moderna ilusórias. Aristóteles vai da uma grande importância ao conhecimento sensível, as sensações, a teoria do conhecimento em que Aristóteles escreve a metafísica, para comunicar a experiência do conhecimento pela sensação, memória, experiência, arte e teoria, todos baseados na verdade.
Boaventura diz que o paradigma dominante, desconfia de todo conhecimento advindo as sensações é uma desconfiança sistemática. Galileu vai critica a essa forma de pensamento, o conhecimento por meio da ciência sensível de Aristóteles, para Galileu a natureza esta escrita em caracteres geométricos. Boaventura vai cita que Einstein pensava da mesma forma em que se pensa a natureza no ponto de vista geométrico acaba derivando duas essências principais, em primeiro lugar conhece significa quantifica, então o rigor cientifico acaba sendo medido. O método cientifico acaba estabelecendo suas bases na redução da complexidade, então a natureza não é vista de uma forma complexa. René Descartes pregava com uma das regras do seu método que dividia cada umas das dificuldades em tantas tabelas quanto for possível, para melhor a resolverem, sendo o objeto complexo. A divisão entre condições iniciais e as leis da natureza, essas condições iniciais são deixadas de lado, essa divisão é vista por Boaventura como arbitraria, no entanto, ele ver que essa divisão acaba presente em toda ciência moderna ou seja finaliza determinando que esse fenômeno seja produzido em qualquer lugar. Para Boaventura Isaac Newton vai considera que tudo na matéria é uma maquina ou seja a natureza estuda algo que possa se considerado como uma maquina. Newton pensava que o mundo e o corpo funcionava como uma maquina, a visão de mundo mecânico, determinista, material e composta que impacta na Física, Biologia, Medicina, Psicologia etc... As Leis da Física e matemática, o mundo das maquinas é tão poderoso que pode se transforma em modo universal da época moderna que é o mecanismo.O argumento é que no plano social esse mecanismo tende a se mais adequado ao interesses da burguesia ascendente que estava dominando o estagio final que foi estabelecido por Comte como a evolução da humanidade do período metafísico, para o positivista, história da revolução humana.
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