Escola, Currículo e Sociedade
Por: Guilherme Rittner Manzati • 19/5/2016 • Resenha • 434 Palavras (2 Páginas) • 695 Visualizações
Um dos grandes desafios que encontramos no momento em que adentramos uma sala de aula, seja este(a) um(a) professor(a) experiente ou iniciante, é a questão do interesse e da dificuldade de atenção que recebemos por parte dos alunos.
Como professor de Língua Portuguesa de escolar públicas e particulares, presencio diariamente a constante relutância que nossos alunos possuem em reconhecer como válido o ensinamento ou a construção do saber que tentamos desenvolver ao lado deles todos os dias.
Seja por falta de preparo do profissional, ou por limitações institucionais, construir uma aprendizagem significativa torne-as extremamente difícil nos dias atuais e é exatamente aqui que enquadro a música “Estudo Errado”, de Gabriel, O pensador.
A letra denuncia, com razão, uma escola ultrapassada, que não faz mais condiz com as necessidades de seu tempo e de seu público. A preocupação com notas e obediência obrigatória faz com que essas crianças e jovens se distanciem cada vez mais do trabalho que tentamos propor em sala. Mai do que isso, estimula ainda mais a rebeldia, a desordem e o caos por não verem sequer um sentido de estar ali, além da obrigação.
É nesse momento que nos deparamos com a questão curricular e a revisão da forma como devemos fazer o nosso trabalho pois, o tempo passa, o público muda e a escola permanece intacta, sempre a mesma, com práticas ultrapassadas que respeitam cada vez menos as necessidades multiculturais dos nossos jovens e de nossa sociedade.
Verificar o currículo de muitas das escolas de hoje, a mesma que é relatada na canção, é se deparar com o conceito proposto por McNeil (2001) quando entende-se o Currículo Tecnológico, aquele que tem o foco no método utilizado, sendo o professor o detentor do conhecimento, controlando todo o processo educativo. Nesta concepção, o aluno é um agente passivo, que só precisa daquele determinado conteúdo para poder atingir os objetivos propostos, leia-se provas e notas.
Na tentativa de formular seus currículos mais próximos possíveis de documentos oficiais como LDB, PCNs e RCNs, as escolas esquecem de que a elaboração desse documento próprio deve contemplar não só o conteúdo estipulado, mas a realidade de seu público e a forma mais adequada para sua implantação.
Acredito que, nesse momento, muito já está sendo feito. Cada dia mais escolas surgem com propostas inovadoras e mais escolas públicas abrem as portas para a intervenção de pesquisadores sérios realizarem trabalhos distintos com seus alunos e professores. Por outro lado, a resistência docente e, por vezes, até discente, ainda é visível e difícil de ser quebrada. A solução porém, continua sendo a educação e a formação em todos os níveis envolvidos com a escola.
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