Helena Antipoff: Contribuição para psicologia do Estado de Minas Gerais
Por: daninhafm • 7/5/2017 • Artigo • 1.794 Palavras (8 Páginas) • 384 Visualizações
Helena Antipoff: Contribuição para psicologia do Estado de Minas Gerais
Daniela Flávia Magalhães
Resumo: O presente artigo possui como tema a trajetória e a historia da psicologia do Estado de Minas Gerais, a partir da contribuição de Helena Antipoff. A escolha de tal tema justifica-se pelo importante trabalho de Helena Antipoff no campo da aplicação da psicologia à educação. O objetivo desse artigo é demonstrar, a partir da metodologia utilizada pela autora supra o uso de métodos e teorias, bem como compreender o processo psicológico na relação de ensino.
Foi utilizada como metodologia a pesquisa de artigo e dissertação para aquisição de titulo de mestre.
Palavras-chave: Helena, psicologia, educação.
Introdução
A autora Helena Antipoff teve participação importante em diversos momentos de expressão na história da psicologia em Minas Gerais. Suas elaborações intelectuais serão analisadas neste artigo. Porém antes de qualquer estudo sobre suas contribuições, necessário se faz estudo sobre sua trajetória antes de vir para o Brasil.
Helena Antipoff nasceu na Europa, mas especificamente na Rússia de 1892. Por ser de uma família privilegiada, e considerando a situação tensa vivida em um momento, de insatisfação com poder autocrático na Rússia, a família de Helena Antipoff mudou-se para França.
Já em Paris, a autora iniciou sua formação superior em ciências, e assim começou a interessar-se pela área de psicologia. Anos a frente, em 1911 estagiando no laboratório Alfred Binet e Teodore Simon começou a aprender a construção de escalas para medida da inteligência.
Já em 1912 e 1914, compôs turma do Instituto Jean Jaques Rousseau, especializando-se na aplicação da psicologia da educação. Sendo esta, uma área da psicologia composta de métodos e teorias voltados a compreensão dos processos psicologicos comprometidos nas relações de ensino e aprendizagem, fornecendo assim elementos para construção de um modelo de escola direcionado para cada aluno em particular.
Por não ter mais noticias do seu pai que fora ferido na primeira guerra mundial, Helena Antipoff retornou a Rússia e trabalhou como psicóloga nas estações médico pedagógicas, criadas para triagem de crianças órfãs ou abandonadas e seu encaminhamento para instituições de educação.
Importante mencionar que neste período a autora foi auxiliar de um dos grandes nomes da psicologia da época, ou seja, Alexander Petrovich Nechaev.[1]
Anos depois a autora retornou para Alemanha e trabalhou com assistente no laboratorio de psicologia de Genebra, também como professora de psicologia da criança no Instituto Jean Jaques Rousseau. Neste periodo Helena Antipoff dedicou-se nos estudos e na divulgação das idéias da Escola Nova já existentes nessa instituição.
Neste trabalho foi utilizado metodo de pesquisa científica a partir de artigos, dissertação. O objetivo é demostrar o trabalho realizado pela autora Helena Antipoff a partir de seus estudos e aplicação da psicologia na educação. Ressaltando ainda o importante trabalho realizado na educaçao de crianças excepcionais.
1.1 Dos primeiros passos até a Fazenda do Rosario.
Helena Antipoff é reconhecida no meio da História da Educação como sendo a figura que troxe a junção entre a psicologia de Claparede e a proposta do Instituto Rousseau para elaboração e apliação de testes psicologicos. A autora possuiu um envolvimento com os movimentos de defesa dos direitos das crianças.
Já no Brasil, em 1929 Helena se mudou para a Capital Mineira onde foi contratada pelo governo Estadual da época para lecionar Psicologia da Educação na escola de aperfeicionamento de professores. Comprindo seu contrato, Helena ainda propôs soluções e alternativas para os problemas de infância carente. Razão pela qual é considerada umas das pioneiras da psicologia em Minas Gerais, sendo reconhecida pelo atendimento pela criança excepcional e autonomização da psicologia.(Lorenço,2001)
Deve-se destacar a sua crucial colaboração no processo de homogeneização das classes escolares, uma vez que, enfrentou um grande problema, qual seja, inúmeras crianças atrasadas do ponto de vista escolar. Pelos motivos mais diversos, desde falta de estímulo até tendências a cometimento de pequenos delitos.
Como primeira proposta para evitar evasão escolar, criou classes especiais, que apesar de já estarem prevista em lei, fez com que funcionasse uma educação sob medida de acordo com cada necessidade.
Ocorre porém, que notando-se as inúmeras dificuldades para manutenção das classes especiais, Helena Antipoff aliada a um grupo de educadores, médicos e outros interessados, fundou a Sociedade Pestalozzi. Referida sociedade apresentou como um objetivo o ofericimento de suporte finaceiro, médico, psicológico e técnico para funcionamento das classes especiais. Tudo voltado para o melhor conhecimento das diferentes causas de atraso escolar, e , não menos importante, os diferentes tipos de deficiência mental.
Uma vez formada a primeira turma do Instituto Pestalozzi, a dedicação de Helena Antipoff com as crianças e adolescentes aumentou sobremaneira. Percebeu que muitas das crianças atendidas eram órfãs ou de famílias com renda muito baixas. Com o intuito de sanar estes problemas e atender uma demanda que não parava de crescer foi criada a Fazenda do Rosario.
A Fazenda do Rosario se tornou um grande centro educacional atendendo as mais variadas demandas desde de crianças excepcionais até as bem dotadas, não podendo deixar de mencionar os egressos da educação rural.(Rafante,2006)
Percebeu-se que as Escolas publicas deixaram de lado a idiossincrasia das crianças brasileiras e mais especificamente mineiras e excepcionais, e deram mais importancia as teorias estrangeiras. Nota-se pela colocação da autora Helena Antipoff:
“(...) a escola de nossos dias continua a ser, apesar de todas as recriminaçoes dos pedagogos e sociologos, uma instituição estritamente academica.Agencia de um ensino preodominantimente verbalista, com enfase especial no metodo mnesico e racional da inteligencia de seus alunos melhor dotados verbalmente.Não interessa à escola o desenvolvimento integral do estudante e sua personalidade, em conjunto harmonioso em todos os aspectos, no inviduo como na coletividade escolar; nem se preocupa tampouco a escola em desempenhar na sociedade po seu papel como agencia de primeira ordem no progresso social, e economico, espiritual e moral do pais” (Antipoff apud Lourenço, 1992d,pp.193-194).
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