O Ensino de Oralidade
Por: Karolzi • 16/9/2015 • Trabalho acadêmico • 3.343 Palavras (14 Páginas) • 180 Visualizações
O ENSINO DA ORALIDADE
Para nos comunicarmos, usamos basicamente a linguagem verbal (aquela que tem por unidade a palavra, escrita ou falada). Na fala, usamos, juntamente com as palavras, também a linguagem não verbal (qualquer forma de comunicação que não seja através de palavras, como gestos, expressões faciais, imagens som, desenhos, tom de voz, etc.).
Tanto a língua oral como a escrita apresentam graus de formalidade adequados ao contexto em que acontece a comunicação e ao nível de receptor.
Nível de linguagem | LÍNGUA ORAL / FALA | LÍNGUA ESCRITA / ESCRITA |
INFORMAL | 1- bate-papo, diálogo em casa | 1 – anotações pessoais, e-mail |
FORMAL | 2 - palestras, seminários, discurso político, aulas. | 2- carta comercial, memorando |
Fala 1 Escrita 1 Escrita 2 Fala 2 (cronologicamente)[pic 1][pic 2][pic 3]
Crianças alfabetização fim da exposições
antes da escolaridade em público
escola
Enquanto a língua falada é espontânea e natural, a língua escrita precisa seguir algumas regras. Embora sejam expressões de um mesmo idioma, cada uma tem a sua especificidade. A língua falada é a mais natural, aprendemos a falar imitando o que ouvimos. A língua escrita, por seu lado, só é aprendida depois que dominamos a língua falada. E ela não é uma simples transcrição do que falamos; está mais subordinada às normas gramaticais. Portanto requer mais atenção e conhecimento de quem fala. Além disso, a língua escrita é um registro, permanece ao longo do tempo, não tem o caráter efêmero da língua falada. Algumas dessas diferenças entre língua falada e escrita são:
Língua Falada:
- Palavra sonora
- Requer a presença dos interlocutores
- É espontânea e imediata
- É repetitiva e redundante
- O contexto extralinguístico é importante
- Recursos: signos acústicos e extralinguísticos, gestos.
Língua Escrita:
- Palavra gráfica
- É mais objetiva
- É possível esquecer o interlocutor
- A redundância é um bom recurso
- Mais correção na elaboração das frases
- Evita a improvisação
- É mais precisa e elaborada.
QUADRO COMPARATIVO | ||
Linguagem Escrita | Linguagem Falada | |
1. É um ato comunicativo. 2. Variadas formas de apresentação. 3. Abarca diferentes gêneros textuais. 4. Mesmo sistema linguístico. | ||
5. Muda conforme fatores externos ( que tipo de texto será escrito/ para quem/ etc.). | 5.Muda conforme fatores externos (local, situação de interação, idade, etc.). | |
DIFERENÇAS | 1.Destinatário virtual, cujas inferências devem ser pressupostas pelo emissor. | 1. Interlocutor real, podendo regular a produção enunciativa. |
2. Ausência de gesticulação (gestos, movimentos do corpo, olhares) | 2. Presença de gesticulação. | |
3.A escrita é um contínuo. | 3.A fala é dinâmica e fragmentada. | |
4.Possibilidade de revisão. | 4. Impossibilidade de revisão. | |
5.Não há um retorno imediato do interlocutor. | 5. Acesso direto ao retorno do interlocutor. | |
6.Podem ou não compartilhar o mesmo contexto temporal e espacial. | 6.Mesmo contexto temporal e espacial. | |
7.Uma organização gramatical mais formal. | 7.Uma organização mais flexível, com frequência de redundâncias e repetições. | |
8.Aprendida na escola, na maioria das vezes. | 8.Adquirida em seu contexto social. | |
9.Marca de pluralidade é obrigatória. | 9. Dificuldade em marcar o uso dos plurais devido à dinâmica da fala. | |
10. Preocupação em usar a gramática, conforme a norma culta da língua. (Escrevemos: pouco, manteiga, cheiro, bonito, peixe...) | 10. É mais comum e fácil de usar a norma não padrão, mais informal, por mais que seja necessário o uso da norma culta. (Falamos: poco, mantega, chero, bunito, peixi...) | |
11.Ordem sintática é pesquisada, necessária. | 11. Ordem sintática é mais espontânea e natural. | |
12. Há mais rigor. | 12. Há mais liberdade. | |
13.É planejada, completa. | 13.É não-planejada, incompleta. | |
14.Registro fixo. | 14.Transitoriedade. | |
15.Organização mental elaborada. | 15. Organização mental espontânea. |
Que fala cabe à escola ensinar (PCN- p.26)
A Língua Portuguesa, no Brasil, possui muitas variedades dialetais13. Identificam-se geográfica e socialmente as pessoas pela forma como falam. Mas há muitos preconceitos decorrentes do valor social relativo que é atribuído aos diferentes modos de falar: é muito comum se considerarem as variedades linguísticas de menor prestígio como inferiores ou erradas.
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