Vivencia na Educação Infantil
Por: dacoregio • 18/6/2021 • Projeto de pesquisa • 3.865 Palavras (16 Páginas) • 172 Visualizações
VIVÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: Experiência e prática para a formação docente
Carina Lisboa da Silva
Lidiane da Silva Reis¹
Monique dos Santos Dacorégio
Andréia Neves²
RESUMO
A pesquisa objetiva analisar a influência da organização do espaço, a compreensão do protagonismo infantil, as estratégias de ensino e a construção de um planejamento intencional como medidas promotoras da vivência na educação infantil.
O artigo realizado numa abordagem qualitativa tem como referencial teórico o Referencial Nacional para a Educação Infantil (1998); Matos (2015); Kishimoto (2002) e Vedovetto (2017).
O estudo permite compreender que a articulação desses saberes teóricos aliados à prática docente, possibilita experiências significativas às crianças promovendo um ensino integrado a outros conhecimentos. Ademais a valorização da criança como sujeito ativo, a seleção de materiais, a organização do espaço e a segurança emocional, afetiva e social além de estratégias de desenvolvimento são meios de vivências significativas.
Palavras-chave: Vivências na infância. Desenvolvimento. Formação docente.
1. INTRODUÇÃO
A realização de um estudo que aborda a vivência da criança dentro do espaço educativo relacionando-a à formação com vista a prática do professor enquanto mediador deste processo é um tema essencial diante do panorama institucional da educação. A creche ainda encontra desafios na imagem de suas funções, marcada equivocadamente como um espaço de depósito de crianças, lugar onde os pais deixam os filhos para ir dar conta do sustento ou até mesmo local social de preservação integral à criança vulnerável.
Entretanto, essas visões apenas prejudicam a imagem destes núcleos e distanciam as crianças das possibilidades do aprendizado. Para a mudança de tais premissas ressalta-se a relevância do estudo em questão, no qual busca analisar por intermédio da pesquisa bibliográfica e dos parâmetros norteadores dá prática educativa, ao procurar ilustrar como a influência do planejamento, a organização do espaço, metodologias e concepção da criança são prerrogativas no ensino na educação infantil e critérios de vivência significativo.
Bem como, para contribuir com o processo cognitivo infantil o professor precisa ter o conhecimento teórico de quais instrumentos são necessários na didática em sala, de que maneira os usar, como mediar tais saberes, a importância da observação, da escuta ativa, da formação integral dos sujeitos. Em face disso, ressalta-se a articulação entre teoria e a prática, com vista ao processo de formação dos docentes como mecanismo de regulação do sistema e consequentemente desenvolvimento da criança.
A imagem que se tem de uma criança vem sendo modificada ao longo do tempo, atualmente ela é um ser que produz e representa cultura e história, que têm um conhecimento e utiliza de tudo que esta ao seu entorno para sanar sua inquietação, o professor precisa refazer constantemente suas considerações a respeito do que propor e como propor o saber a este ser, o planejamento não pode ser algo linear e estático, ao contrário, é necessário dinamismo, flexibilidade e aceitação para ofertar as experiências necessárias para estas crianças.
Neste estudo veremos como o professor poderá conduzir está prática de ensino, no que focar e de que maneiras relacionar seus estudos com a realidade das salas de aula valorizando a infância e assumindo o protagonismo infantil como parte essencial das estratégias ministradas, seja através da organização do espaço, na representividade do brinquedo como metodologia lúdica, na oferta de materiais e por fim, no planejamento como medida de apoio às didáticas escolhidas.
No Referencial Curricular para a Educação Infantil fica claro o direito das crianças quanto a experiências educativas que considerem suas especificidades afetivas, emocionais e cognitivas e sociais (BRASIL, 1998).Pensando assim, se faz necessário um estudo que analise e identifique essas experiências educativas na primeira infância e como o conhecimento do professor poderá contribuir positivamente nestas, articulando a influência de sua função com vista na formação na justificativa entre teoria e prática de ensino.
Na segunda parte do trabalho será apresentado como o mesmo foi realizado, critérios para seu desenvolvimento, escolha de materiais, seleção e reflexão das teorias estudadas. As metodologias e o tipo da pesquisa, justificando o resultado das abordagens e colocando em discussão os pensamentos divergentes que fundamentaram o trabalho final. Por fim, nas conclusões, é feito uma análise de tudo elencado, os objetivos e considerações para a futura prática do ensino na educação infantil.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Primeiramente, vamos identificar o conceito de vivência, para então compreender os processos de modo de ser e fazer os saberes pedagógicos. Na revista da USP, Barreta (2010) a define num sentido filosófico, a conceituando como experiência do mundo.
Já o dicionário on line, Dicio (2009), o termo vivência é ligado a experiência onde: ‘’Conhecimento ou aprendizado obtido através da prática ou da vivência: experiência de vida; experiência de trabalho.
Neste sentido, ao encaminhar o termo para a educação, relacionando aos docentes, a vivência seria a articulação dos saberes teóricos com a ação educativa, tudo aquilo que é sentido, vivenciado dentro de sala a define com tal. Segundo Vedovetto (et al, 2017), “É na prática que os futuros profissionais da educação aperfeiçoam as teorias estudadas, troca saberes com professor, com alunos e percebe o quanto é importante a interação entre os indivíduos.”
Nas crianças não é diferente, a vivência esta ligado ao modo de ver e sentir o mundo que as cerca, a forma como ela aprende, dando espaço à experiência de vida, as interações com outros pares, a forma como utiliza o espaço, a disponibilidade de materiais, o sentimento de acolhida, o respeito ao seu modo ser e respeito a suas múltiplas linguagens; enriquecem as experiências, possibilitando a elas um potencial de desenvolvimento elevado.
[...] o professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. Na instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas. (RCNEI 1998, p. 30).
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