A CRIAÇÃO DO ENSINO DE ENFERMAGEM NO BRASIL
Por: letholiver • 20/3/2016 • Dissertação • 1.354 Palavras (6 Páginas) • 753 Visualizações
Quando citamos a “arte do cuidar” de um indivíduo, logo lembramos da existência da enfermagem, da mesma forma quando é citada uma profissão que muita das vezes deixa seus princípios e tem receio em protestar diante de um fato que prejudica ou subestima a mesma, apontamos mais uma vez para a enfermagem, já que muitos princípios que ferem a profissão são praticados desde seus primórdios.
É congruente dizer que a enfermagem atual vem renovando seu modo de atuar e traz consigo tanto o saber técnico quanto o humanitário e se impondo cada vez mais, pode-se ressaltar a forma como a profissão está atuando no momento; as orientações em diversos locais são um exemplo de como a profissão está sabendo passar conhecimento
De fato é importante lembramos que antes da enfermagem está cada vez mais se impondo diante da sociedade, a mesma passou por uma séries de situações que desanimavam muitos dos profissionais de exercerem sua profissão, como por exemplo, no século XIX quando houveram muitas implicações no setor da saúde, devido a grande variedade de epidemiologias que se espalhavam pela sociedade, mas que acarretou em um grande ponto positivo, onde foi instalado o decreto nº 791 de 1890 que instituiu o “ensino de enfermagem” criando assim a primeira escola de Enfermagem do Brasil.
Para entendermos como chegamos até enfermagem, é preciso abordarmos o que era feito antes da mesma. No Brasil desde a colonização as patologias disseminarem-se frequentemente na sociedade e os recursos que precisavam ser dados aos enfermos eram escassos, assim como a medicina que era exercida por “barbeiros” e o processo do cuidar ficava nas mãos das famílias dos adoecidos ou então seguiam o modelo português e estes eram tratados nas Santas Casas de Misericórdia ou em ordens religiosas.
Quando a Corte portuguesa veio para o Brasil fugindo das tropas napoleônicas, a família real instalou-se no país com a ajuda inglesa trazendo aproximadamente 20 mil pessoas, diversas instituições metropolitanas e profissionais da saúde estrangeiros impondo no Brasil o aparelho administrativo do Estado Português, mas como a área brasileira não estava preparada para receber este número quantitativo de indivíduos e precisava ser adaptada para receber nobres e burgueses o espaço urbano precisou ser estruturado para haver o controle de epidemiologias e manter as elites bem recebidas, resultando assim nas reformas de portos, por exemplo, para garantir o interesse do estado econômico do Estado.
Contudo, para adequar o espaço para interesses políticos e sócio-econômicos, foi reconhecida a necessidade de abranger o número de profissionais da área da saúde, portanto o governo da colônia, através da Carta Régia, 1808, criou a Escola de Cirurgia de Salvador, primeiro na Bahia e após no Rio de Janeiro e o ensino deveria constar aulas teóricas e práticas nas enfermarias das Santas Casas e do Hospital Real Militar.
A prática de saúde foi contínua durante o século XIX, porém ainda era semelhante à dos séculos anteriores; Algumas especialidades não desenvolveram-se adequadamente, doenças mataram grande parte da população, como por exemplo a varíola, febre amarela, cólera, tifo, estas predominaram na sociedade e eram reconhecidas como “doenças tropicais”.
Pelo grande surto de epidemiologias e a prevalência das doenças infecto contagiosas, o interesse da economia sofreu uma queda, devido a este fato, na primeira metade do século XIX iniciou-se a organização da higiene pública e foram instalados planos para combater a disseminação de doenças, como: a existência de um órgão dirigente da saúde pública, a divisão da cidade em paróquias e distritos para maior organização sanitária, o serviço de assistência gratuita aos pobres e a inspeção sanitária em navios, mercados, prisões, hospitais e colégios, porém apenas no final do século esses planos começaram a ter eficácia para a população, devido à criação de escolas médicas que visavam criar uma consciência higiênica para sociedade, a fim de controlar a quantidade de enfermos.
Como as epidemiologias foram “levadas” até o século XX e acarretava em problemas para quesitos políticos e econômicos, foi convidado o sanitarista Oswaldo Cruz pelo governo com o propósito de instalar uma campanha para controlar a febre amarela, combatendo assim também a varíola e a peste.
Neste quadro, instala-se o ensino sistematizado da enfermagem, com a criação da escola de Anna Nery, para formar profissionais que contribuíssem com a higiene e o saneamento precisos nos portos, é importante ressaltar que a primeira escola voltada para a assistência hospitalar foi criada no final do século XIX, junto ao Hospital de Alienados no Rio de Janeiro.
O ensino de Enfermagem foi então instituído no Brasil com a criação da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras, a qual era composta em seu corpo docente por médicos e supervisores do Hospital a ela filiado, após esta escola passou a ser denominada Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, porém na literatura de enfermagem há documentos que apresentam a Escola Anna Nery como a primeira Escola de Enfermagem do Brasil por ter sido a primeira funcionar sob a orientação de enfermeiras.
A escola surgiu diante da necessidade de formar pessoal qualificado para o atendimento aos enfermos do
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