A Teoria da Dependência de Recursos Explicando a Percepção de Governança Corporativa

Teoria da Dependência de Recursos explicando a percepção de Governança Corporativa

de importantes tomadores de decisão

Moura et al, 2010

O artigo foi elaborado com o objetivo de revelar como o entendimento de importantes tomadores de decisão, a cerca de certos conceitos ou práticas de gestão organizacional, poderia ser influenciado pela relação mantida entre organização e seus respectivos fornecedores de recursos. Ou seja, se uma organização depende mais ou menos de certos fornecedores de recursos, com maiores ou menores probabilidades, atores organizacionais tenderiam a se posicionar de maneira diferente em relação a determinados conceitos ou mecanismos de gestão.

Segundo a ótica da Teoria da Dependência de Recursos, foi formulada a hipótese a ser verificada: quanto maior a dependência a fornecedores de recursos vitais para a organização, mais a gestão entenderia que as práticas de Governança Corporativa cumprem o papel de conciliar os diversos interesses que envolvem a organização e, consequentemente, garantir o fluxo de insumos necessários à perenidade de sua corporação.

A Teoria da Dependência de Recursos prediz que a gestão organizacional agiria eficientemente, buscando solucionar os problemas relacionados à disposição e distribuição de recursos essenciais às atividades organizacionais em determinados ambientes. Para esse paradigma, o gestor lançaria mão de todos os meios disponíveis; e aqui se incluiriam os mecanismos de Governança Corporativa; para gerenciar e garantir o fluxo de insumos (físicos, financeiros ou de legitimidade) necessários à sobrevivência de sua organização.

Ao se falar de Governança Corporativa, pensa-se intuitivamente em um conjunto de instrumentos que tem como objetivo garantir que investidores e credores obtenham retorno sobre seus investimentos, sua atenção gira em torno do monitoramento e controle de gestão organizacional.

Para sua realização deste trabalho foi necessária uma amostra de cinquenta respondentes, composta por importantes tomadores de decisão de grandes empresas brasileiras. Segundo as hipóteses subjacentes da Perspectiva de Dependência de Recursos; espera-se que quanto maior for à dependência a determinados fornecedores de insumos essenciais à sobrevivência organizacional, mais os atores organizacionais entenderiam que os instrumentos gerenciais postos à sua disposição serviriam para gerir as demandas desses fornecedores.

Os resultados evidenciados corroboram a hipótese de que a dependência a certos fornecedores de recursos aumenta a probabilidade de atores organizacionais entenderem que Governança Corporativa seria uma ferramenta de equalizar interesses das organizações com os daqueles que colaboram com sua sobrevivência. Adicionalmente, os achados revelam que somente as variáveis que captam a dependência a recursos financeiros e a que se relacionada com o tamanho da organização são estatisticamente significantes na predição da gestão em relação ao entendimento de Governança Corporativa. Os resultados encontrados indicam que a busca por insumos financeiros ainda é, predominantemente, o que determina a atitude da Gestão, pelo menos no que se refere à Governança Corporativa.