Resenha - O que é um caso
Por: lcaram1985 • 27/3/2017 • Dissertação • 689 Palavras (3 Páginas) • 284 Visualizações
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS[pic 1]
Programa de Pós-Graduação em Administração
Mestrado Profissional em Administração
LUCAS CARAM CANÊDO
RESENHA DOS TEXTOS:
- What´s a case? (Ragin, 1992)
- The Case Study Crisis: Some Answers (Yin, 1981)
Aula: Pesquisa Qualitativa
Professor: Dr. José Márcio de Castro
Belo Horizonte-MG
24 de Março de 2017
Muito se fala do estudo de caso como um dos principais métodos de pesquisa qualitativa e como pode ser útil para identificar fatores que contribuem para um fenômeno e suas relações. De fato, “caso” e demais termos ligados a estudo de caso não estão muito bem definidos na ciência social.
Os textos “What is a case” (Ragin, 1992) e “The Case Study Crisis: Some Answers” (Yin, 1981) abordam o conceito de Estudo de Caso, sua dificuldade de compreensão, suas aplicações e reforçam o seu papel como ferramenta de pesquisa.
Ragin afirma que a maioria dos cientistas sociais teriam que dar múltiplas respostas em relação ao conceito de estudo de caso, podendo este ser teórico ou empírico ou até mesmo ambos. Neste sentido, relata que para compreendermos os casos, devemos considerar duas abordagens: Se eles envolvem unidades empíricas ou teóricas, e se são entendidos como gerais ou específicos. Levando em consideração essas duas abordagens, temos quatro pontos de partidas para compreender o conceito de caso: (1) Os casos são encontrados, ou seja, devem ser identificados no processo de investigação; (2) Os casos são objetos, são reais e limitados, e não há necessidade de verificar sua existência no processo de pesquisa; (3) Casos são feitos, são construções teóricas que se fundem no percurso da pesquisa; (4) Os casos são convenções, produtos do trabalho coletivo e da interação. Esses quatro pontos de partidas não necessariamente são isolados em uma pesquisa, ou seja, um pesquisador poderia usar unidades empíricas, teóricas, considerar objetos reais e analisar interações de um coletivo. A maioria das pesquisas pode envolver múltiplos usos de casos, pois a pesquisa combina a análise teórica e a empírica. Logo, pode haver diferentes abordagens no decorrer da pesquisa.
Yin, autor de “The Case Study Crisis: Some Answers”, faz uma análise e resposta a um estudo de caso de Mathew Miles (1979) sobre análise qualitativa e seus incômodos. Os principais problemas do estudo de Miles eram considerar que estudos de casos eram intuitivos e primitivos, que análises cruzadas eram menos formuladas que análises locais, que respondentes contestam com mais frequência os resultados de estudo de caso do que os resultados de survey, pois pode ser maleável para a história real ser reescrita para favorecer o estudo de caso. Logo, Miles acredita que sem a renovação de estudos sobre a metodologia, as pesquisas qualitativas nas organizações não vão transcender na história. A resposta de Yin no artigo serve para reforçar o papel do estudo de caso como ferramenta sistemática de pesquisa, afirmando que estudos de casos podem ser feitos usando evidências tanto qualitativas como quantitativas, utilizando registros, históricos, relatórios, observações ou até mesmo uma combinação desses fatores. O estudo de caso não necessariamente implica na utilização de método de coleta, não são apenas resultados de etnografias e observações de participantes. O estudo de caso representa uma estratégia de pesquisa, comparado a uma experiência, uma historia ou uma simulação. As distinções de uso de evidência, metodologia e estratégia de pesquisa são fundamentais para o estudo de caso, pois sempre irão existir diferentes variáveis para o número de observações a serem feitas. Em resposta a Miles, Yin acredita que as dificuldades do estudo de caso podem ser reduzidas tabulando eventos significativos, construindo explicações, analisando variáveis e os estudos podem ser reportados através de uma série de respostas relacionadas a perguntas da pesquisa, ao invés da tradicional narrativa.
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