A EFICÁCIA DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO NA RESSOCIALIZAÇÃO DO MENOR INFRATOR
Por: Sam Silva • 6/2/2023 • Projeto de pesquisa • 2.926 Palavras (12 Páginas) • 111 Visualizações
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Curso de Direito – Campus Tijuca
DEBORAH DE MORAIS TEODORO
A EFICÁCIA DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO NA RESSOCIALIZAÇÃO DO MENOR INFRATOR
RIO DE JANEIRO
Dezembro / 2019
A EFICÁCIA DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO NA RESSOCIALIZAÇÃO DO MENOR INFRATOR
Projeto de Monografia apresentado à disciplina Mono I do curso de Bacharelado em Direito da Universidade Veiga de Almeida. Orientadora: Prof. Me. Graziela Mota.
RIO DE JANEIRO
Dezembro / 2019
SUMÁRIO
- INTRODUÇÃO 04
- HIPÓTESES 05
- OBJETIVOS 05
- Objetivos gerais 06
- Objetivos específicos 06
- JUSTIFICATIVA 06
- METODOLOGIA 07
- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 08
- CRONOGRAMA 13
- LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO 13
- REFERÊNCIAS 14
INTRODUÇÃO
Com o advento da Constituição Federal de 1988, o Brasil deu um passo muito importante para garantia dos direitos fundamentais da criança e do adolescente, primando pelo princípio da proteção integral. A norma programática prevista no art. 227 da Carta traduz que é dever da família, da sociedade e do estado assegurar dentro outros direitos à saúde, educação, à dignidade, à liberdade e convivência familiar.
Através da redação do citado artigo, criou-se o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990) que estabeleceu um sistema de garantidas de direitos da criança e do adolescente. Destaca-se em seu artigo 3º que a criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata a referida lei.
Os dispositivos contidos no Estatuto estipulam situações em que, tanto o responsável quanto o menor modifiquem suas atitudes. Tratando-se do menor infrator que comete ato infracional, deve este ser submetido a uma das medidas socioeducativas.
Na vigente legislação, existem seis modalidades para o cumprimento das medidas socioeducativas que são: advertência, reparação do dano, prestação de serviços a comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação (objeto do estudo).
A medida socioeducativa de internação em estabelecimento educacional imposta ao adolescente infrator é aplicada por autoridade judicial, após o devido processo legal quando se tratar de ato infracional cometido com grave ameaça e violência. Tal medida restringe o direito de ir e vir do menor. A medida aplicada ao infrator tem caráter punitivo e educativo, contudo é sabido sobre o alto índice de reincidência e o crescente ingresso desses menores em práticas infracionais.
O escritor Paulo Lúcio Nogueira entendia que tal situação é agravada devido à má distribuição de renda, uma vez que a minoria é privilegiada e ficando cada vez mais rica, enquanto uma outra parte carece de todos os direitos inerentes a ela, já que o Estado aplica verbas insuficientes para garantir a assistência ao menor.
Em tal caso, existe um questionamento importantíssimo: tendo em vista a política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente estabelecida pelo Estatuto, que necessita de uma ação conjunta entre os órgãos governamentais e não governamentais
para que sejam garantidos o que registra em lei, por qual razão a medida socioeducativa de internação atual aplicada não tem sido eficaz para reduzir a quantidade de menor infratores?
Esta pesquisa apresenta como proposta entender todo o contexto histórico da legislação infanto-juvenil, a evolução de tais direitos, os princípios fundamentais aplicados, compreender o funcionamento dessa medida na prática e, se possível, encontrar meios alternativos, através de políticas públicas a fim de que esses jovens saiam do status de menor infrator, para o status de ressocializado.
HIPÓTESES
Com intuito de sanar a problemática do estudo proposto, apresentam-se as seguintes hipóteses:
- A criação do Estatuto teve diversos objetivos, dentre eles, garantir aos jovens em conflito com a lei uma forma de serem reestruturados na sociedade por meio de acompanhamento que, em tese, deve ocorrer no plano social, educativo, profissional, psicológico e médico.
- Os princípios que regem o estatuto são o Princípio do Interesse do Menor e o Princípio da Prioridade Absoluta, ambos tentam garantir ao menor, todos os direitos fundamentais inerentes a todo cidadão.
- Tendo em vista o crescente número de adolescentes em conflito com a lei, é necessário descobrir os tipos de políticas públicas que, atuando em conjunto com a lei, possam reduzir esse quantitativo.
OBJETIVOS
Objetivos gerais
Analisar se a medida socioeducativa tem sido aplicada com a finalidade de preservar a condição especial que tem o adolescente como pessoa em desenvolvimento, mediante atividades pedagógicas. Objetiva-se investigar se ao menor estão sendo fornecidos o acesso à educação, à saúde, à cultura, à informação, ao lazer e à profissionalização.
Objetivos específicos
Para particularizar os objetivos gerais da pesquisa proposta, apresentam-se os seguintes objetivos específicos:
- Identificar a atuação da Vara da Infância e da Juventude, a fim de descobrir se existe um compromisso efetivo com o que está disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente;
- Analisar se no Brasil existem estratégias de prevenção para a redução da violência juvenil, tendo como foco o contexto familiar, econômico, social e cultural.
- Verificar se as diretrizes relativas aos direitos fundamentais estão sendo garantidas.
JUSTIFICATIVA
O caminho percorrido pelo adolescente até o ato infracional cometido é marcado em grande maioria pelo histórico de desorganização familiar, baixa escolaridade, uma certa omissão do Poder Público na garantia dos direitos básicos, envolvimento com drogas, etc. A desigualdade econômica e social brasileira dificulta o pleno desenvolvimento e crescimento dos adolescentes que estão sujeitos à violência presenciada na comunidade e ao preconceito por ser morador desta;
É notório que existe uma relação entre a desigualdade social e a violência, destacando a questão do preconceito racial como um dos fatores para a entrada dos jovens no conflito com a lei. Ao pensar neste adolescente, é possível perceber que a sua identidade é formada pela vulnerabilidade social e pela violência.
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