A Teoria da Transposição Didática e o Processo de Didatização dos Conteúdos Matemáticos
Por: Itamara Marques Garcia • 9/6/2016 • Relatório de pesquisa • 629 Palavras (3 Páginas) • 806 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
PEAM 1 – PROFA. VANIA RODRIGUÊS
Itamara Marques Garcia
garcia.itamara@hotmail.com
AGRANIONIH, N. T..A Teoria da Transposição Didática e o Processo de Didatização dos Conteúdos Matemáticos. Educere (Umuarama), Toledo/PR, v. 1, n. 1, p. 3-22, 2001.
INFORME DE LEITURA
O aprender e o ensinar são processos próprios do ser humano, que acontece ao longo da vida, no ambiente familiar, a natureza, comunidade. O processo de didatização é necessário para que o savoir savant (saber sábio) transforme-se em saber ensinado. Para compreensão de como esse processo será possível, é fulcral destacar alguns aspectos relevantes sobre a teoria da transposição, como ela auxilia no processo de didatização, bem como apontar seus prós e contra.
Transposição didática é definida por Chevallard (1985) como o conjunto de transformações adaptativas que torna o savoir savant, saber sábio ou saber a ensinar produzido pela academia, apto a transformar-se em saber ensinado. Chevallard faz distinção entre lato sensu e stricto sensu, sendo a primeira relacionada a um olhar mais amplo sobre o conteúdo matemático, observando-o desde a produção do conteúdo na academia até eleito o objeto de ensino a ensinar e torná-lo objeto de ensino. Em contra partida, o segundo consiste num olhar preciso de uma versão didática, direcionando o estudo a um único ponto.
Outro processo importante, é a transposição externa. Essa prática, conforme aponta Chevallard, acontece quando a escola se apropria dos conteúdos do saber e os transforma em objetos a serem ensinados. A noosfera, espaço onde se opera a interação entre o sistema didático e o ambiente social, auxilia no processo de transposição dos saberes, pois é entendida como funcionamento didático, visto que a noosfera garante a relação entre o ensino e a sociedade global.
Nesse sentido, um aspecto negativo está relacionado à autonomia relativa dos professores, a final, a noosfera funciona como um filtro na transposição didática e esse filtro resulta na criação de documentos oficiais que norteiam o ensino de matemática no país, tornando a escolha do professor utópica, tendo em vista que ele deve lecionar aquilo que está proposto no documento, sem se adequar a realidade dos discentes. Ademais, um aspecto positivo da contribuição da transposição didática é a vigilância que devemos ter em relação ao savoir savant (saber sábio) e as transposições necessárias para que o ensino seja inteligível para se tornar, futuramente, um saber a ensinar.
É necessário destacar, na sequência, a expansão que propõe Develay (1993) quando amplia o conceito de transposição didática para ato de transformar os saberes ensinados em saberes assimilados. Ponto necessário, para complementação da teoria de Chevallard (1985), visto que é necessário pensar de que forma os alunos assimilariam o conteúdo ali apresentado, torná-lo um saber a ser ensinado é um desafio, mas entender como será assimilado o presente conteúdo também é papel do educador.
A didatização, sentido ao saberes ensinado, é individual de cada professor e passa, também pelo processo de transposição. No que tange os conteúdos matemáticos, a didatização pode se dá a partir de elementos que são considerados significativos para os alunos. Como exemplo, o texto cita o ensino de frações aplicado aos bolos, tortas e etc. Para isso, as transposições didáticas que são próprias do processo de didatização devem levar em consideração as concepções prévias do aluno para que o conteúdo seja facilmente assimilado.
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