A Violência Contra a Mulher Pelo Brasil e sua Relação com o Isolamento Social

 EAD 4 de Charlly Cardoso, RA: 3171337

Violência contra a mulher pelo Brasil e sua relação com o isolamento social

De acordo com os dados disponibilizados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, dados estes vindos dos boletins de ocorrência das polícias civis de 27 unidades durante os três últimos anos (2019-2021), apesar de haver uma diminuição de 2,4% nos casos de feminicídio em 2021, cujos Estados com o maior número de casos são em ordem decrescente, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, com respectivamente, 152, 136 e 96 casos, neste mesmo ano também houve um aumento das diversas outras formas de abuso como a violência psicológica e o estupro.

Ao se falar exclusivamente sobre os casos de feminicídio, os dados indicam que houve um aumento significante deles entre fevereiro e maio, época aonde houve mais restrições nas medidas de isolamento social. Esse período acabou agravando diversas causas de violência contra a mulher como a dependência financeira e a violência psicológica. Essas duas causas acabam de certo forma “prendendo” a mulher em um relacionamento tóxico com o marido. A dependência financeira, agravada pela quarentena, impede com que a mulher cresça economicamente, muitas vezes forçando-a a depender de seu namorado ou marido, que assim pode muito bem exercer seu controle de forma abusiva, enquanto a violência psicológica, umas das maneiras de exercer tal controle, tem como finalidade prejudicar a autoestima da mulher, o que além de exacerbar a dependência dela com seu companheiro, eventualmente escala para diversos outros tipos de violência mais graves, sendo o ápice deles o feminicídio.

O maior exemplo do impacto que o isolamento social teve no aumento de crimes contra a mulher é visto ao se falar sobre estupro, que, de acordo com os dados anteriores, aumentou em 3,7%. As vítimas de estupro, que geralmente não se pronunciam por vergonha de si mesmas e, principalmente, pelo medo de como geralmente são vistas pela sociedade, tem esse medo amplificado nos casos de violência sexual no ambiente doméstico, onde, além de estarem ainda mais isoladas com os agressores devido à situação de quarentena decretada, muitas vezes não são ouvidas pelos seus familiares mais próximos, que não acreditam ou, ainda mesmo, colocam a culpa na própria vítima. Essa situação acontece com muita frequência nos casos de estupro de vulnerável, visto que crianças e adolescentes não exercem muito poder nas suas próprias casas.

O isolamento social, apesar de não ser por si só um motivo para o aumento da violência contra a mulher, acaba impactando as opções que as mulheres têm para se libertarem de seus relacionamentos familiares nocivos e buscarem ajuda ou tratamento. Essa falta de opções acaba resultando no aumento maior desse tipo de violência, que subsequentemente pode acabar resultando em feminicídio.

Fonte:

Violência contra mulheres em 2021 – Fórum Brasileiro de Segurança Pública