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A origem do poder da liderança provém das limitações dos indivíduos, ou das competências do líder?

Por:   •  4/12/2015  •  Ensaio  •  712 Palavras (3 Páginas)  •  493 Visualizações

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A origem do poder da liderança provém das limitações dos indivíduos, ou das competências do líder?

Antes do século XX a liderança era percebida como uma qualidade presente tanto em heróis, como em sábios, curandeiros, etc, em virtude da qual se atribuem a uma pessoa poderes ou qualidades sobrenaturais ou até mesmo divinas. Ainda nos dias atuais é considerada uma ferramenta de influência de um ou mais indivíduos sobre os demais, porém sua compreensão evoluiu do campo da metafísica, do sobrenatural, para o campo científico ou conceitual. A evolução do seu estudo passa pela compreensão das forças do grupo sobre os indivíduos, e posteriormente, dentro dos grupos, pela compreensão da influência de indivíduos sobre os demais indivíduos.

Nas ciências comportamentais e sociais compreende-se que a liderança não é uma dom ou dádiva divina, mas algo que pode ser aprendido a partir da inserção do individuo na sociedade, sendo que a origem do seu poder provém da percepção que o indivíduo tem da sua relação com os demais e do relacionamento intersubjetivo que passa a estabelecer a partir dessa percepção. Aqui não estamos nos referindo a personalidade inata do líder, mas do uso que o indivíduo faz das características de sua personalidade na relação com os demais de forma a criar uma vinculo de controle e consequente poder sobre as pessoas, o que vai diretamente ao encontro do argumento de Crozier (1977) que afirma que poder é igualmente concebido como uma relação recíproca, ou mesmo desequilibrada, entre indivíduos ou grupos: é a capacidade de A de conseguir que, nas suas negociações com B, os termos de troca que lhes sejam favoráveis. Tal abordagem traz implicações quando estudamos a origem do poder da liderança, ou seja, se há uma relação entre indivíduos, mesmo que assimétrica, nenhum deles está completamente desprovido de alguma possibilidade de ação face o outro, ou seja, a relação de poder só pode existir com o consentimento daqueles que a suportam, caso contrário, encontramo-nos numa situação de pura coação e não de liderança, e é nesse contexto que podemos supor que a origem do poder da liderança pode existir nas limitações dos indivíduos que nela percebem maior poder de realização pela esperança da possibilidade de realização do bem comum, ou seja, os indivíduos aceitam que tem menos poder individualmente e projetam as suas expectativas de forma coletiva para a liderança, como ocorre nos movimentos sociais e organizações empresariais, sendo que essa aceitação de assimetria de poder faz com que seja gerado um contrato psicológico entre liderados e liderança, ou seja, o argumento da assimetria de Crozier (1977) e da aceitação dessa assimetria se complementa no argumento de Rousseau (1995) de que contratos, no caso psicológicos, refletem múltiplas realidades e interpretações dentro dos indivíduos e entre grupos considerando-se diversas visões e interesses, no caso específico as motivações da liderança e liderados posicionam-se numa dialética para suprir as limitações dos indivíduos e legitimar a liderança perante o universo intersubjetivo e sua interação grupal.

Por outro lado, segundo o nosso ponto de vista, é pouco consistente o argumento de que um contrato psicológico de aceitação da assimetria de poder na relação entre A e B e de B com A seja

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