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O ENSINO DE MATEMÁTICA

Por:   •  19/10/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  5.150 Palavras (21 Páginas)  •  228 Visualizações

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  1. O ENSINO DE MATEMÁTICA

A disciplina de matemática é temida por muitos, no que diz respeito ao ensino e a aprendizagem, esta monografia busca referenciais teóricos que possam embasar quais fatores podem desencadear o bloqueio matemático.  

Neste primeiro capítulo será feito um apanhado histórico do ensino de matemática no Brasil, desde os primeiros indícios de contagens dos povos nativos, até o ensino de matemática hoje. Abordando o contexto histórico, político e social que influenciou a trajetória do ensino de matemática no Brasil, e seus diferentes enfoques no ensino de matemática.

Em seguida abordamos os objetivos do ensino de matemática de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), a importância do uso da matemática em nosso cotidiano, a compreensão dos conteúdos factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais.  Assim como a ligação com os temas transversais (saúde, meio ambiente, orientação sexual, ética e pluralidade cultural). Abordando o ensino de matemática com a resolução de problemas.

  1. História da Matemática no Brasil

De acordo com D’Ambrosio (2011), a história da matemática no Brasil representa a complexidade do período colonial. O fato de a América Latina ter sido colonizada por países que ficaram as margens do grande desenvolvimento das ciências matemáticas, sofremos grandes desvantagens e dificuldades que existem até hoje. Alguns países buscaram certa autonomia após a independência, mas isso ocorreu apenas no final do século XIX.

Em 1.500, com a chegada dos portugueses ao Brasil, não foi identificado nada que evidenciasse o uso da matemática ou qualquer outro tipo de conhecimento dos nativos.  Somente muito depois, navegantes relataram procedimentos que podem ser a contagem dos nativos.  Estudos de etnomatemática hoje, percorrem caminhos, por meio de história das tradições para descobrir supostos vestígios de conhecimento dos nativos na época.

...resquícios do sistema de numeração e a riqueza das figuras, geométricas que intervém na decoração, são indicadores de uma organização de conhecimentos sobre, quantificação, classificação, ordenação e outras categorias que caracterizam o conhecimento matemático. (D’AMBROSIO, 2011, p.37)

Os conhecimentos matemáticos dos nativos, foram importantes durante o transcurso de posse de terras e nas primeiras atividades coloniais, porem era visto como insignificante diante dos conhecimentos dos conquistadores. Durante o período colonial, o ensino era feito pelos jesuítas, ensinando a língua portuguesa, o catecismo e aritmética. Lembrando que a língua falada até a chegada da família real ao Brasil, era o tupi-guarani.

Durante o período colonial no Brasil não havia instituições de ensino superior, os alunos de pouca posse e bem-dotados, seguiam as ordens religiosas, onde tinham oportunidades de estudos, e os que se destacavam ou tinham recursos, iam estudar em Portugal na Universidade de Coimbra.

Em 1811 passou a funcionar a Real Academia Militar, que foi criada em 1810, onde possuía curso de Ciências Físicas, Matemáticas e naturais. Após a independência em 1827, foi criada ás duas primeiras faculdades de direito no Brasil, localizadas em São Paulo e no Largo de São Francisco, onde eram cultivados estudos de matemática.

Em 1876 foi inaugurada a Escola de Minas de Ouro Preto, organizada pelo físico, matemático e geólogo Frances Claude-Henri Gorceix (1842-1919), uma instituição de ensino superior de grande importância no desenvolvimento das ciências, em especial da matemática.

Em 1889, com a Proclamação da República, inicia-se uma nova fase que trouxe pouco avanço matemático e cientifico em geral para o país. Onde havia florescido o positivismo de Augusto Comte.

Durante a passagem do século XIX para o século XX houve algumas tentativas de quebrar a rigidez o positivismo, em especial na área da saúde pública, com a implantação da campanha de vacinação contra a febre amarela, liderada pelo médico e sanitarista Oswaldo Cruz, que criou em 1899 o instituto Oswaldo Cruz, que se tornou uma das mais importantes instituições de pesquisa em saúde pública no Brasil.

O século XIX foi considerado o século de Ouro da Matemática, “...Os padrões em rigor que prevalecem na matemática atual se consolidaram nesse século...” D’Ambrosio (2011, p. 61). Durante o século XIX ocorre a internacionalização matemática, inicialmente com a fundação da revista jarhbuch über die Fortschritte der Mathematik, que tinha a finalidade de publicar resenhas de todos os artigos em revistas do mundo todo.  O segundo indicativo de internacionalização da matemática foi a organização de Congresso Internacional de Matemáticos, que teve início em 1897, e a partir de 1900 passou a ocorrer periodicamente a cada 4 anos, possuindo apenas interrupções durante às duas grandes guerras mundiais. No Primeiro Congresso que ocorreu em Zurique, teve a participação de 16 países, e nenhum país latino-americano. Já no segundo Congresso, realizado em Paris, em 1900, teve 26 países participantes, dentre eles os participantes latino-americanos foram do México, Peru, Argentina e também um brasileiro, Urbano de Vasconcelos, Professor de Matemática da Escola Politécnica de São Paulo.

O segundo Congresso internacional de matemática, realizado em 1900, David Hilbert, um dos mais importantes matemáticos do século XIX e XX, citou 23 problemas de matemática que deveriam ser alvos de pesquisas durante o século XX, e que de fato, o século XX foi marcado pela resolução dos 23 problemas de David Hilbert.  A partir daí foram realizados diversos Congressos que ocorrem até hoje.  

Em 1922, o eminente matemático Émile Borel visitou o Brasil, marcando presença em uma conferência na Academia Brasileira de ciência, sua visita originou visitas futuras de Jacques Hadamard (1924), Albert Einstein (1925), Marie Curie (1926) e Paul Langevin (1928), entre outros.  Durante a Visita de Einstein no Brasil houve uma certa resistência dos cientistas positivistas, tentando ridicularizar Einstein na imprensa, onde houve reação da corrente modernizadora, que teve grande contribuição para o enfraquecimento do positivismo no país.  Mas, mesmo com o enfraquecimento do positivismo, a matemática no Brasil ainda era ensinada seguindo os textos antigos de Cambérousse e outros positivistas.

De 1889 até 1930, foi denominado como a república velha, permanecia muitas características do império, que com a revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas, gerando no Brasil a entrada na modernidade política e cultural, assim como a modernização da matemática. Após a revolução de 1930, o poder do Brasil ficou dividido em dois polos: o econômico em São Paulo e o político no Rio de Janeiro. As duas cidades passaram a ser foco de desenvolvimento, e foi criada em 1933 a Universidade de São Paulo, e pouco depois em 1934 a Universidade do Distrito federal no Rio de Janeiro, que era capital da república no momento.

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